Publicado às 07h15 deste domingo (14)

Por Giovanni Sá, editor-geral do Farol de Notícias

Nesta semana debati numa roda de amigos os seis meses de governo do presidente da República Jair Bolsonaro. O que marcou, de fato, uma gestão que obteve nas urnas mais de 57 milhões de votos. Confesso que não foi fácil cravar algo como marcante, com o viés de justiça social neste semestre.

Não que o presidente tivesse a obrigação, mas seria um aceno para atenuar as desigualdades e levar esperança para cerca de 14 milhões desempregados e outros tantos desalentados.

O Brasil debateu a tomada de 3 pinos, o porte e a posse de armas, o corte nas verbas na educação, se menino veste azul ou rosa, a presença de um ministro ‘terrivelmente evangélico’- palavras do presidente- no Supremo Tribunal Federal (STF), mas, por que não se debateu a inclusão social?

Falamos do astrólogo Olavo de Carvalho e as brigas com os ministros militares, do poder de um vereador, filho do presidente, capaz de derrubar ministros, da liberação de mais de 250 agrotóxicos proibidos na Europa, para alavancar o agronegócio, mas não debatemos a justiça social.

Estamos falando agora da ‘papicracia’ onde um dos filhos de Bolsonaro será embaixador nos EUA, porque sabe fritar hambúrguer e fala dois idiomas, porque é ruim em português.

E passaria horas a fio tecendo debates vazios, gerados por este governo, que deveria justificar os milhões de votos recebidos.

Até quando vamos ficar debatendo o ‘sexo dos anjos’ ou esperando que o ‘iluminado’ presidente tenha mais um diálogo com Deus. Se é que ele (o soberano) seja mesmo brasileiro e, de quebra, bolsonarista.