Em seu último depoimento antes da votação final do processo de impedimento, Dilma destacou que estão na mesa pretextos para realizar um “golpe”, com a eleição indireta de um governo que a presidente afastada classificou como usurpador e que revelou desprezo pelo programa escolhido e aprovado pelo povo em 2014.
“Não luto pelo meu mandato por vaidade ou por apego ao poder… Luto pela democracia, pela verdade e pela justiça”, afirmou. “Não é legítimo, como querem meus acusadores, afastar o chefe de Estado e de governo por não concordarem com o conjunto da obra. Quem afasta o presidente pelo conjunto da obra é o povo, e só o povo, pelas eleições”.
Com a voz embargada em certo momento, Dilma afirmou que o que está em jogo no processo de impeachment não é apenas seu mandato, mas o respeito às urnas e às conquistas dos últimos 13 anos, além da autoestima dos brasileiros que resistiram aos ataques dos pessimistas.
“Estamos a um passo da consumação de uma grave ruptura institucional”, afirmou. “Estamos a um passo da concretização de um verdadeiro golpe de Estado”.
O depoimento de Dilma foi acompanhado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por ex-ministros de seu governo, além de convidados como o cantor e compositor Chico Buarque.
A presidente afastada tem direito de fazer um pronunciamento de 30 minutos, que poderão ser prorrogados, e depois poderá ser interrogada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que conduz o julgamento, por senadores, pela acusação e pela defesa. Cada parlamentar terá 5 minutos para elaborar sua pergunta.
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