Após a previsão catastrófica do Dnocs, na noite dessa terça-feira (30), de que, no mais tardar, em janeiro, a Adutora do Pajeú deve funcionar, o gerente regional da Compesa (Companhia Pernambucana de Saneamento), Augusto César, anunciou que o racionamento de água em Serra Talhada deve aumentar. O gerente lamentou que as obras estejam atrasadas, já que a previsão da Companhia era de racionar água até outubro, ou seja, o prazo máximo previsto para a conclusão da Adutora. A Compesa ratifica que o açude Cachoeira II, que abastece a Capital do Xaxado está com a capacidade mínima, com menos de 38% (7,9 milhões de metros cúbicos de água). O suporte hídrico total do lago é de 21 milhões.

Ao ouvir a previsão do Dnocs, o gerente da Compesa se disse assustado. “Eu estou assustado com esse prazo de 120 dias. Porque é muito tempo. Já estamos fazendo um racionamento em rodízio nos bairros. É um revezamento que, pelo visto, seremos obrigados a aumentar. Então, na nossa avaliação, isso é uma má notícia porque a previsão (de conclusão da Adutora) era em outubro, foi para novembro e, agora, a Celpe nos dá esse novo prazo de 120 dias. Eu só posso dizer que a situação em Serra Talhada e região já está muito difícil e não existe uma outra opção como vocês falaram na barragem de Serrinha, pois a Adutora já está praticamente pronta”, desabafou.

A Compesa alerta que, se não houver racionamento neste momento, a população de Serra Talhada corre sério risco de sofrer, permanentemente, com a falta d’água. A Companhia lembra que o município está vivenciando um pré-colapso e que as obras da Adutora do Pajeú poderiam ajudar a evitar esse desastre. Conforme esclarecem técnicos do órgão, com esse nível hídrico, o lago Cachoeira II só daria para suprir a demada da cidade plenamente até o mês de dezembro deste ano. Diante disso, o FAROL DE NOTÍCIAS alerta a população de Serra Talhada que comece a economizar água e evite desperdícios!

FIQUE POR DENTRO

Quando ficar pronta, a Adutora do Pajeú deve beneficiar cerca de 500 mil pessoas. Os recursos para custeá-la são de R$ 162 milhões oriundos do Programa de Aceleração do Cresciemento (PAC) e está sob a responsabilidade do Departamento de Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs). Mas o que pouca gente sabe é que a Adutora do Pajeú vem se arrastando desde 1999, ainda na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC). Em setembro de 99, o governo anunciava a liberação de R$ 10 milhões para o ínicio da obra, que fazia parte do Plano Plurianual de Ações (PAA) daquela gestão.