Publicado às 15h20 desta terça (5)

A polêmica sobre a quebra de contratos na Educação de Serra Talhada devido o avanço da crise econômica provocada pela pandemia do coronavírus tem gerado forte preocupação no governo. Essa é análise do secretário municipal de Planejamento, Josembergues Melo.

Em entrevista ao programa Frequência Democrática, na rádio Vilabela FM, ele disse que a secretária de Educação, Marta Cristina, “tem praticamente arrancado os cabelos da cabeça preocupada com essa situação”.

Sem fôlego financeiro, devido a queda brusca na arrecadação, todas as Prefeitura Brasil a fora estão tendo que adequar as contas à nova realidade. Isso vem ocasionando o fim de contratos considerados não essenciais.

“Volto sempre a insistir: o Tribunal de Contas baixou uma recomendação claríssima, e não só o Tribunal de Contas, mas o próprio Ministério Público que assinou essa recomendação determinando praticamente aos municípios: só mantenham os contratos essenciais e àqueles ligados essencialmente ao combate do coronavírus”, disse Josembergues Melo.

SEGURANÇA JURÍDICA E FINANCEIRA

Melo alertou, contudo, que o governo municipal irá manter contratos mediante uma análise minuciosa da viabilidade jurídica e financeira da Prefeitura.

“Então, àqueles serviços essenciais, e Educação está entre os serviços essenciais, eu tenho certeza que o município vai se desdobrar para honrar com os pagamentos”, afirmou Josembergues, continuando:

“Eu vejo a secretária Marta [Cristina], que tem praticamente arrancado os cabelos da cabeça preocupada com essa situação e tem conversado com outras secretarias [de Educação] e a situação é generalizada. Se vai tomar uma decisão de forma que todos os gestores tenham segurança jurídica e segurança financeira”.

RISCO DE MANTER CONTRATO E NÃO TER SALÁRIO

Ainda, conforme o secretário de Planejamento, se não houver o enxugamento de alguns contratos corre-se o risco de – caso o governo decida mantê-los – no final do mês a Prefeitura não ter como honrar salários.

“Então, o governo municipal vai honrar e manter os contratos para àquela quantidade de contratos para vagas essenciais, mas que mantenha-se com a possibilidade de honrar com pagamentos porque ficar mantendo contrato e, no frigir dos ovos no final do mês, não chegar o salário, né…Venhamos e convenhamos não é uma forma correta”.

PROFESSORA DEMITIDA FAZ DESABAFO

Em conversa com o Farol de Notícias, na semana passada, uma professora demitida pela Secretaria Municipal de Educação fez o seguinte desabafo, no 1º de Maio, Dia do Trabalhador:

“Hoje vendo as homenagens aos trabalhadores tudo que consigo sentir é revolta. Me senti sem nenhum valor pois nós contratados estamos sendo ignorados. Sabe aquela frase “Juntos somos mais fortes” para mim não tem o menor sentido agora.

Ninguém pensou duas vezes antes de nos deixar pra trás mesmo depois de toda dedicação e empenho com a educação dessa cidade.

Hoje só tem água na minha geladeira, também não vou conseguir pagar meu aluguel. Assim como eu muitos estão passando por dificuldades, mas parece que nada disso importa né?

E para ficar ainda pior enchem a boca e dizem tudo vai passar é muito fácil dizer isso difícil é ter um gesto de humanidade e se colocar no lugar do próximo.”