Do G1

O presidente do Quirguistão, Sooronbai Jeenbekov, anunciou sua renúncia nesta quinta-feira (15). A ex-república soviética localizada na Ásia Central vive uma crise depois de denúncias de fraude que levaram à anulação dos resultados das eleições legislativas há dez dias.

“Não me apego ao poder, não quero entrar para a história do Quirguistão como o presidente que derramou o sangue de seus cidadãos. Por isso decidi renunciar”, disse Jeenbekov em um pronunciamento.

Na semana passada, ele declarou estar “disposto a renunciar “quando autoridades legítimas forem aprovadas e voltarmos ao caminho da legalidade”. Ele se tornou o terceiro presidente do país a deixar antecipadamente o cargo, desde 2005, por conta de protestos e revolta popular.

Eleições anuladas

Os resultados das eleições de 4 de outubro, marcadas por acusações de fraude, foram anulados na semana passada após os protestos violentos e a ocupação de vários edifícios governamentais por grupos de opositores.

No começo do mês, o então primeiro-ministro, Kubatbek Boronov, também renunciou ao cargo em meio aos distúrbios e protestos que deixaram um morto e centenas de feridos no país. O sucessor, Sadyr Japarov, foi eleito pelo Parlamento e pediu a saída imediata de Jeenbekov da presidência.

O atual primeiro-ministro estava na prisão até semana passada por ter sequestrado um governador regional. Ele foi libertado por seus apoiadores, conseguiu a anulação de sua condenação e se impôs como chefe de governo com o apoio das ruas.

Influência russa

Rodeado por governos autoritários, o Quirguistão, um país pobre, é uma exceção democrática na Ásia Central — embora as transições políticas sempre tenham sido agitadas.

A movimentação no país preocupa a Rússia pela proximidade geográfica e histórica. Além de milhares de trabalhadores russos terem origem no Quirguistão, o país abriga uma base aérea russa em seu território.