Publicado às 05h44 desta quinta-feira (17)

A redação do Farol de Notícias recebeu uma sugestão da professora Ivaniclebia Pereira, 37 anos, moradora do bairro São Cristóvão, em Serra Talhada, que não está em exercício porque se dedica aos cuidados da sua mãe idosa de 80 anos.

A cuidadora sugere a Secretária de Saúde que olhe pela categoria e inclua nos grupos prioritários, uma vez que se dedicam aos idosos e ainda não foram contemplados com a vacina contra a Covid-19. Leia o apelo da professora:

APELO PÚBLICO

”Deixo uma sugestão e, ao mesmo tempo, um apelo para a Secretaria de Saúde deste município sobre a questão dos cuidadores de idosos não institucionais e também incluo os cuidadores de Pessoa Com Deficiência (PCD), sejam eles contratados ou familiares, que até o momento, não foram encaixados como um grupo prioritário.

Analisando a situação, estes estão em situação muito complicada, porque lidam diretamente com os idosos e PCD, auxiliando desde o controle de medicações, higiene pessoal, comida, necessidades fisiológicas, entre outras atividades. No entanto, a maioria dos idosos já estão imunizados e os PCD já começaram sua vacinação, mas os seus respectivos cuidadores não. Então, gostaria de chamar a atenção do município para essa prioridade, porque caso esses cuidadores contraiam o vírus e sejam impossibilitados de exercer suas atividades cotidianas, ou até mesmo que “Deus o livre”, desenvolvam uma forma grave da doença, como ficará os cuidados do idoso ou do PCD?

Vale ressaltar que a maioria desses cuidadores são um ÚNICO familiar que abdicam, muitas vezes, de sua vida para cuidar de seus familiares ou então não têm condições financeiras para custear um funcionário. Se algo o acontecer, como levantado na situação do parágrafo anterior, quem tomará a responsabilidade para si?

Estou levantando essa causa porque foi aberta a vacinação para diversos grupos prioritários, e não mais somente o critério pela idade, com isso julgo que os cuidadores também sejam de alta prioridade porque todo idoso domiciliado com enfermidades graves ou limitações de mobilidade, bem como as PCD necessita de uma pessoa que cuide dele. E esse cuidador ainda está exposto a contrair o vírus.

Agora trazendo um pouco o meu caso em particular, eu sou cuidadora de minha mãe, tenho 37 anos, ela tem 80 anos e tomou há poucos dias a segunda dose da vacina, esta imunizada, mas eu não. Tomo conta dela sozinha, parei de trabalhar quando ela sofreu uma crise cardíaca e hoje é uma paciente cardiopata grave. Ela depende de mim para tudo e sou responsável por tudo dentro e fora de casa. Vivo presa com ela, só saindo para comprar alimentação, medicamentos, e assuntos extremamente importantes, porém a cada saída dessa temo uma contaminação. Sou muito cuidadosa, mas é algo que não temos como nos isentar 100% principalmente sem imunização.

Então, sem querer fazer comparações, mas que são inevitáveis porque qualquer pessoa acima de 18 anos que pertence a várias classes de trabalho já são prioritários e os cuidadores não são? Entendo que existem muitas particularidades e que nem sempre conseguimos atentamos de imediato para todas, porém fica aqui a minha sugestão e até um apelo. Avaliem a prioridade dos cuidadores com um olhar carinhoso. Outra sugestão é consultar os agentes de saúde que conhecem a rotina dos pacientes domiciliados.

Quero agora me dirigir agora a Sra. Lisbeth Rosa, Secretária de Saúde. Pelo que tenho visto, a senhora é uma mulher de visão mais ampla e tenho certeza que irá entender a minha colocação, acredito que diferente de pessoas as quais procurei para colocar a minha necessidade e fui atendida com indiferença no primeiro lugar e em outro lugar fui questionada se era da saúde e possuía o Conselho Regional de Enfermagem (COREN)? No entanto, acredito que para cuidar de pessoas não tem que ser necessariamente técnico e também independe do vínculo, se é empregatício ou familiar.”