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Político não teve voz nos protestos deste domingo. Os manifestantes não deixaram discursar nem os parlamentares de oposição que defendem o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

O deputado federal Paulo Pereira da Silva (SD-SP), que tenta reunir 1 milhão de assinaturas pela saída de Dilma, foi um deles. Quando locutor do carro de som de seu partido anunciou o nome dele, a multidão começou a vaiá-lo. “Calma, gente, ele é contra a Dilma”, disse o homem.

Não adiantou. Paulinho não conseguiu fazer o discurso que tinha ensaiado. “Desisti. Para você ver como esse governo acabou com tudo, até com a classe política”, disse o deputado à Folha.

O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) estava ao lado do caminhão do movimento Vem Pra Rua, que tem laços com os tucanos, tirando fotos com eleitores. Bastou que seu nome fosse anunciado no carro de som para a multidão disparar: “Sem partido! Sem partido!”.

Muitos políticos foram aos protestos como espectadores. Entre os tucanos estavam o senador Ronaldo Caiado (GO) e os deputados Carlos Sampaio (SP), Marcus Pestana (MG) e José Aníbal (SP). O secretário de Planejamento de Geraldo Alckmin, Júlio Semeghini, debutou nas ruas. “Só fui pelas Diretas”, disse.

O senador José Agripino (DEM-RN), que saiu em Brasília, também nunca tinha participado de um protesto contra o governo. “O povo está de saco cheio. Ou a presidente acorda ou este país vai acordá-la”, afirmou.

( Da Folha de São Paulo )