Publicado às 14h07 deste sábado (28)

Após uma semana de isolamento social e fechamento de todo o comércio e a mudança da organização social de todo o mundo, a população pode sofrer um grande impacto em relação à saúde mental. O Farol de Notícias buscou uma profissional da área para avaliar como o Covid-19 poderá impactar na saúde das pessoas que estão fora da zona de risco, ou não foram contaminadas, mas que podem desencadear outras doenças, e/ou sofrimento psíquico.

A profissional Luisa Cruz, 31 anos, é mestra em Psicologia, atua no Centro de Atenção Psicossocial – álcool de drogas e ainda é coordenadora do Curso de Psicologia da Facisst. Segundo ela, O isolamento social é voluntário, pois é uma medida de prevenção e uma forma de tentar reduzir a propagação do COVID-19. Entretanto, pode provocar sofrimento psíquico por esvaziamento de rotina, afastamento das pessoas (principalmente no tocante ao contato físico), restrição nas atividades de lazer, entre outras atividades.

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“O confinamento nos faz repensar angustias e dificuldades que estávamos vivenciando e que abafamos com a rotina, o momento nos força a repensar os modos de vida e fragilidades. O isolamento social pode propiciar um acentuamento do sofrimento psíquico pré-existente, como pode desencadear uma desorganização emocional diante do pouco manejo das dificuldades vivenciadas durante esse período”, explicou a psicóloga.

Contudo, ainda mediante essa situação de desorganização social num contexto geral, pode-se perceber na crise uma oportunidade. Este pode ser um momento para repensar como estamos conduzindo o cuidado conosco, nossos modos de vida e as relações que constituímos. É um momento de oportunidade para nos aproximarmos dos que nos dá potência de vida, de pensarmos o que nos deixa forte”.

DICAS DE COMO SUPERAR

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Luisa ainda deixou algumas indicações de como superar essa fase de isolamento da forma mais natural possível:

A) Por mais que não seja possível sair de casa, estabelecer uma rotina é importante, pois impede que a gente se perca no vazio. Entretanto, é necessário pensar sobre os sentidos que são constituídos nas atividades que serão executadas na nova rotina, para não cair no automático anteriormente vivido. Não precisamos nos cobrar a realização de atividades diversas, pois estamos em um momento em que se fazem presentes muitas fragilidades. Dessa forma, é comum ficar triste, desanimado, se sentir entediado ou perdido, esses sentimentos são legítimos e autorizados;

B) Pensar em realizar atividades que produzam sensação de bem-estar, como ouvir música, dançar, assistir um filme, ensinar algo a alguém, ligar para familiares e amigos, reinventar brincadeiras com os filhos, brincar com os animais de estimação… aproveitar o momento de pausa para realizar aquilo que a rotina acelerada do dia a dia não estava possibilitando;

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C) Na medida do possível, alimentar-se e dormir bem, realizar exercícios físicos e evitar a exposição a excesso de informações, o que pode provocar a sensação de pânico, medo e insegurança, buscando os canais oficiais do Ministério da Saúde (site, Aplicativo Coronavírus SUS) como fonte de notícias.

Por fim, mediante as dificuldades não podemos deixar de enxergar as oportunidades potenciais, pois apesar das dificuldades decorrentes do momento de crise, aspectos positivos podem ser visualizados e vivenciados.