Da Folha de PE

No dia em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sinalizou para um entendimento entre PT e PSB em Pernambuco, o governador Paulo Câmara (PSB) disse que os dois partidos têm mais convergências do que divergências. Segundo ele, a oposição ao Governo Federal aproxima as legendas. Ele reafirmou ainda, nesta terça-feira, durante lançamento do novo Portal da Transparência, no Palácio das Princesas, que a decisão do PSB é de conversar com o campo de centro esquerda.

Nos bastidores, crescem as especulações entre uma possível aliança entre PT e PSB, que poderia beneficiar ambas as siglas. O PSB busca apoio do PT para ampliar o tempo de televisão. Com o risco de perder o MDB, o palanque da Frente Popular corre o risco de ficar com 30% a menos no tempo de guia que o bloco da oposição. Em troca, o PT poderia ganhar a vaga do Senado.

“Tenho respeito a Lula, foi grande parceiro de Pernambuco. Ele foi presidente, era amigo de Eduardo Campos. Algumas questões nos levaram a nos afastar do PT, mas temos mais convergências do que divergências. Temos respeito pelas pessoas, temos projeto político e não estamos concordando como o Brasil está sendo governado atualmente. Queremos conversar com o campo de centro esquerda e pessoas que pensam assim. Estaremos sempre a disposição para conversar, o sentar na mesa porque a gente quer o melhor para Pernambuco e para o Brasil e quer juntar quem possa nos ajudar nisso”, falou o governador.

Em entrevista a uma rádio local, o ex-presidente Lula disse que o PT terá que avaliar se o melhor caminho para o estado será continuar brigando com um possível aliado- o PSB- ou arriscar uma candidatura própria, sem aliados. “Agora está chegando uma nova eleição e os partidos precisam pensar o que é melhor para o pode de Pernambuco. Se é a gente continuar brigando com um possível capaz de se construir um programa para o Estado ou se a gente vai simplesmente fazer sozinho uma eleição sem fazer aliança com ninguém. Nós temos que discutir com maturidade”, disse a principal liderança do PT.

Na última segunda-feira (05), deputados estaduais da bancada petista defenderam a candidatura própria. Para Teresa Leitão e Odacy Amorim, ter candidato seria melhor para o PT, para a defesa de Lula, condenado no TRF4, e para a chapa proporcional. Há a leitura de que, caso o PT resolva voltar à Frente Popular, correrá o risco de servir apenas de cauda para outros candidatos. Em 2014, o PT fez cerca de 380 mil votos, mas não elegeu nenhum deputado federal porque se coligou com o PTB e só fez doar votos.

No ano passado o diretório estadual aprovou uma resolução favorável à candidatura própria. Se colocam no páreo Odacy Amorim, a vereadora Marília Arraes e o militante José de Oliveira.