Quando o cotidiano da Concha é quebrado pela ação policialPor Severino Lucindo, de Serra Talhada

Como eu converso sozinho, começo estendendo a seguinte afirmação a mim mesmo: Enquanto perdem tempo bisbilhotando um grupo de pessoas no Marco Zero da cidade, a polícia encontrasse enganada pelos jovens atuantes do cenário alternativo de Serra Talhada, “a galera, a turma” só queria (e quer) se divertir e dançar um coco (e quem não quer?); os militares que juram proteção ao indivíduo são os mesmos que desconfiam deles próprios. Quiçá a culpa de toda a violência enraizada numa cidade interiorana seja das pessoas que ficam sentadas na esquina da praça ou nos bancos dela. Se engana quem acha isso.

Acredito que, quem vai para uma praça num cenário de desconfiança, não vá “bolar” um plano para fazer assalto. Me pergunto quantos homicídios aconteceram ultimamente na Concha ou na Praça Sérgio Magalhães (?).

 
– Ahh, eles estão a procura de drogas ou usuários dela.
-Bora! Os homens venham para cá e ponham as mãos na cabeça.

 
Enquanto os mais de 20 tiras faziam isso e acabavam com o movimento cultural de uma cidade limitada (pedindo para desligar o som que acontecia e assustando alguns), assaltantes com facões faziam vítimas lá (ali perto) na Rua Quinze e Ciço Beira Linha aumentava o seu lucro vendendo pó e pedra lá na Baixa Renda. Será se eles (Policiais Militares) vão atrás dos indivíduos que corrompem a cidade em suas determinadas “bocas”? Detalhe: Até os moradores sabem aonde ficam algumas bocas.

 
O mais interessante é que eles passam as mãos, roçam os dedos, enfiam esses nos bolsos e não encontram nada. Quanto tesão deveria ser, pela terceira vez numa mesma noite, agir de tal forma. Uma ação que me fez perguntar, ao chegar em casa, à minha cadela Dorinha:

 
-Ô Dorinha, será se a culpa de tanta violência e assalto aqui em Serra Talhada seja culpa da negligência dos próprios policiais?! A vira-lata balançou a cabeça e latiu com raiva!