Por Nelson Pereira, ex-prefeito de Mirandiba, ex-deputado estadual e ex-secretário de Esportes de PE

Publicado às 05h25 desta sexta-feira (12)

Quando se fala em campanha política vem logo a pergunta que não quer calar, ele ou ela tem dinheiro? E quem vai financiar, quem vai gastar no ditado popular. Isso afasta muitas pessoas honestas e sérias da política, porque não querem ficar presas ou submissas a quem lhe financia ou que fazem esses apoios com interesses exclusivamente próprios.

Aí surgem várias respostas e outras perguntas, tipo o candidato tal tem muito dinheiro, mas não quer gastar, outros são lisos mesmo, mão vão a luta, e tem aqueles que tem, mas quando se elegem vão tirar o dinheiro que gastaram com juros e correção milionária; outros para se elegerem querem negociar até com o diabo, vala-me Deus! Não estou falando aqui daqueles que possuem a máquina administrativa ou já estão em curso tentando a reeleição, porque esses tem toda chance de sair na frente, mas o povo é quem decide, pois é soberano, bota e tira.

Mas esmiuçando as coisas, tem aqueles que saem leiloando os cargos para atrair lideranças e quem pode ajudar a financiar a campanha e já divide todos esses cargos até com agiotas, e aí nunca terminam de pagar a conta; já comprometendo toda receita que deveria ser racionalizada e aplicada para o desenvolvimento em saúde, educação, moradia, etc. Isso são apenas exemplos, mas poderia ser verdade.

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E tem formas mais modernas, que o pobre do eleitor é necessário que esteja atento para não passar desapercebido, para não ter graves consequências a médio e longo prazo. Pois esses municípios ficam parados no tempo porque quem se elege vai tentar como falei, pagar suas contas e ajudar sua família, e essa cidade não cresce, nem se desenvolve e a vida para a maioria não melhora.

Indo mais longe visualizamos ainda o financiamento por empresários inescrupulosos de todos os ramos e fornecedores de todas as classes até da saúde, principalmente os que foram gestores e sucatearam ou sucateiam a estrutura pública existente do município ou estado, para ganhar dinheiro em suas clínicas e hospitais particulares.

Com o propósito de cobrar até duas vezes do paciente e do SUS e arrancar dos necessitados, que precisam da assistência de saúde dinheiro e de quem muitas vezes não possuem sequer condições até para se alimentar, imagine para bancar uma cirurgia, um ultrassom, tomografia, etc.

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Falando ainda de financiamentos mais sofisticados tem aqueles investidores tipo políticos com mandatos de deputados seja federal ou estadual, que saem fazendo pesquisas de opinião para escolher e financiar campanhas de candidatos com o propósito de receber apoio em futura eleição.

Esses são na verdade os mais perigosos, pois apoiam em troca de no futuro se elegerem e para com seus mandatos votarem contra os aposentados, que ganham muitas vezes até um salário mínimo, trabalhadores e estudantes; como visualizamos agora depois de eleitos.

O candidato faz qualquer acordo até se eleger, depois o povo vai cobrar e não tem mais jeito, porque ele se elegeu para tirar direitos da população e não para ampliar esses direitos já conquistados, portanto o deputado já gastou na campanha o que era pra gastar e o povo que recebeu migalhas, não tem a quem recorrer.

É por isso que hoje ainda temos que lutar pelo aperfeiçoamento da democracia e melhorar nossa representação no executivo, legislativo e judiciário; a não ficar só esperando pela próxima eleição, isto é, se ainda até lá estiver lembrado, para escolher melhor seus representantes e não jogar seu voto no mato.

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Mas ainda existem candidatos dispostos a enfrentar todo tipo de dependência econômica que venha a trair os interesses da grande maioria da população já tão sofrida, que é quem paga a conta dos desmandos da política econômica especulativa, praticada por quem não quer ver uma sociedade desenvolvida e justa.

Poderíamos pensar em uma matemática onde a distribuição de riqueza começasse pelos mais pobres, que sendo melhorado seu nível educacional e seu poder de compra, esse cidadão vai passar a ter possibilidade de elevar seu padrão de vida e consequentemente comprar mais daqueles que produzem bens industrializados, como carro, imóveis e alimentos, coisas já experimentadas, que só precisam ser aperfeiçoadas, e por que não ter também seu lazer. Resta só procurar e achar esses candidatos que estão aí, para serem votados e eleitos.