protesto

Boa tarde, reaças”, cumprimentou ao microfone cerca de mil pessoas –segundo estimativa da Polícia Militar– o empresário Paulo Martins, que foi candidato a deputado federal pelo PSC neste ano no Paraná. “É inegável que o PT constrói uma ditadura no país”, acrescentou, sob fortes aplausos.

O discurso, realizado em cima de um carro de som, foi feito em manifestação a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), convocado pelas redes sociais para este sábado (1º) e promovido na avenida Paulista.

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Com uma bandeira do Brasil sobre os ombros, o cantor Lobão defendeu a recontagem dos votos das eleições presidenciais e negou que o movimento tenha como propósito dar um novo golpe militar no país. “Não tem ninguém aqui golpista”, disse ao microfone.

A caminhada foi marcada também por provocações entre simpatizantes da esquerda e da direita. Na avenida Paulista, alguns moradores de prédios da região estenderam nas janelas camisetas vermelhas e bandeira da campanha à reeleição da presidente.

“Vai para Cuba”, gritaram os manifestantes em resposta. Eles fecharam uma das faixas da avenida.

No evento, além de pedirem a saída da petista, os manifestantes defenderam um novo golpe militar no país.

“É necessário a volta do militarismo. O que vocês chamam de democracia é esse governo que está aí?”, criticou o investigador de polícia Sérgio Salgi, 46, que carregava cartaz com o pedido “SOS Forças Armadas”.

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O número de manifestantes no evento foi bem menor do que o total de confirmações nas redes sociais, que chegaram a 100 mil. A caminhada teve início em frente ao MASP (Museu de Arte de São Paulo), e a expectativa é de que se desloque até a Catedral da Sé, no centro de São Paulo.

Com cartazes e faixas, os indignados acusaram o resultado das eleições deste ano de ser a “maior fraude da história” e o PT de ser “o câncer do Brasil”. “Pé na bunda dela [presidente], o Brasil não é a Venezuela”, gritaram.

“O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, José Dias Toffoli, é um estagiário do PT”, acusou Paulo Martins.

Sob aplausos, o deputado federal eleito Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), filho do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), foi apresentado ao microfone como “alguém de uma família que vem lutando muito pelo Brasil”.

Em discurso, o parlamentar disse que se seu pai fosse candidato a presidente, ele teria “fuzilado” a presidente. Segundo ele, Jair Bolsonaro será candidato em 2018 “mesmo que tenha de mudar de partido”.

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“Eu voto no Marcola, mas não voto na Dilma, porque pelo menos o Marcola tem palavra”, disse, em referência a Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, um dos chefes da facção criminosa PCC.

A manifestação é acompanhada pela Polícia Militar e pela chamada “Tropa do Braço”, escalada para eventos de rua.

CONTRA ALCKMIN

Também neste sábado, no largo da Batata, zona oeste da cidade, manifestantes se organizaram para protestar contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB), em uma manifestação contra a crise hídrica no Estado.

O grupo afirma que a seca que se vive no Estado é de responsabilidade do governador. “O verdadeiro culpado por essa crise não é São Pedro e sim o governador Geraldo Alckmin. Agora os tucanos não têm como escapar”, afirmam os manifestantes. (Da Folha de S.Paulo – Gustavo Uribe)