Nelson PereiraNelson Pereira de Carvalho, pós-graduado em Gestão Pública e Formação Política pela UPE, ex-prefeito de Mirandiba, ex-Deputado Estadual e ex-secretário de Esportes de PE

O nome da profissão de quem comercializa e de quem vende prazer, sexo, e o próprio corpo todos já conhecem e existe regulamentação, mesmo que de forma subjetiva. Hoje já foram quebrados muitos preconceitos em reconhecer esta profissão em nossa sociedade, que merece todo o nosso respeito. Agora, este profissional da política que utiliza o povo para conseguir mandatos eletivos e muitas vezes vitalícios e que negocia e trai a confiança do cidadão, que espera, caráter, projetos e retidão de seu representado, tem que mudar.

Não podemos permitir que a forte influência do poder econômico, atue para fomentar a desigualdade, a corrupção ativa e passiva dos que estão na vida pública e ou privada. E para concentrar riquezas e renda que se acumulam na mãos de poucos, em negócios acordados sem transparência e em formato de licitações direcionadas, e pré-agendadas. Continua esta prática a penalizar o contribuinte assalariado em onerosa carga tributária que contribui com milhões, e bilhões de reais em impostos, sendo estas receitas, muitas vezes destinadas ao superfaturamento em obras ou mesmo sem a sua respectiva execução.

Não podemos permitir que  empresas ou maus políticos prostituídos, financiem campanhas sem critérios institucionais definidos e claros, com um único interesse, de conseguir estas empresas suas metas de faturamento e seus objetivos empresariais, no toma lá da cá, em acordos que dão prejuízo ao erário. E não chegam estes recursos na ponta como deveriam ou porque não dizer, onde mais precisa, na saúde, educação, moradia, reforma agrária.

O orçamento público torna-se peça de ficção, o político recebe verbas de origem muitas vezes duvidosa, inclusive do tráfico de entorpecentes, ou de lavagem de dinheiro, porque não existe transparência. Na campanha para se eleger defende uma proposta, mas quando eleito vai defender a de quem fez o seu financiamento ou a orientação da empresa. Como têm sido operado hoje, muitas emendas parlamentares negociadas sem critérios éticos. Fechando o ciclo para refinanciar estas mesmas campanhas e mandatos.

Porque o estado brasileiro não adota o financiamento público? Com a falsa alegação de alto custos?  Sendo com certeza estes custos inferiores aos recursos destinados  ao superfaturamento ou a elevação do valor final destas obras e ações governamentais, que superfaturadas são podadas muitas vezes até na sua redução física,  para estes recursos  poderem  sobrar para o financiamento político?

Outras se tornam intermináveis para se obter dividendos políticos e eleitorais com esta continuidade. Da para compreender, só basta o eleitor traduzir. Está muito claro quanto ao relacionamento institucional, empresarial  e representativo de mandatos nas diversas esferas dos três poderes,  que se torna  nada republicano.

Não são todos os partidos, não são todos os políticos e não são todos os empresários. O que esta sendo visto hoje pela população tem que passar a ser exceção e não regra. Porque não se trata  e enfrenta de forma objetiva e transparente esta realidade, a real necessidade e a carência das reformas do estado brasileiro sejam a política e outras reformas essenciais, que poderão promover mais democracia e racionalidade nos gastos do estado e elevar a consciência política do povo.

E dessa forma possa cada partido fazer para a sociedade a sua real proposta programática e estatutária. Mas para isso o povo tem que mobilizar, lutar, protestar e ir para as ruas, pautar a agenda do novo desenvolvimento e cidadania da nação brasileira.