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O México faz uso sistemático de violência sexual e estupro contra mulheres presas e suspeitas de cometer crimes no país, denuncia a Anistia Internacional em relatório divulgado nesta terça-feira.

Segundo a ONG de direitos humanos, as sessões de tortura visam obter confissões das mulheres e são praticadas por agentes do Estado, policiais ou militares mexicanos.

A BBC Brasil pediu comentários sobre as denúncias do relatório à Procuradoria Geral da República do México, órgão do Executivo que investiga crimes federais e responde pelo Ministério Público, mas não havia obtido resposta até a publicação desta reportagem.

Durante oito meses, a Anistia Internacional ouviu cem mulheres detidas em prisões federais mexicanas. Os relatos descrevem rotinas de assédio e abuso durante a detenção por policiais (municipais, estaduais ou federais), membros do Exército e da Marinha.

Todas disseram ter sofrido algum tipo de assédio sexual ou abuso psicológico, incluindo ameaças e insultos de cunho sexista. Das 100 entrevistadas, 72 mencionaram ter sofrido abuso sexual (foram tocadas ou agredidas em suas partes íntimas) no momento da prisão ou nas horas posteriores e 33 disseram ter sido estupradas.

“Fortes golpes no estômago, na cabeça e nos ouvidos, ameaças, semiasfixia, descargas elétricas nos genitais, manuseio dos seios e beliscões nos mamilos, penetração com objetos, dedos, armas de fogo ou o pênis. Essas são só algumas das formas de violência infligidas às mulheres”, diz a Anistia no relatório “Sobreviver à morte – tortura de mulheres por policiais e Forças Armadas no México”.

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