retrospectivaO governo do prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque (PT), chegou ao final de 2014 num cenário bem diferente de 2013. No primeiro ano, o prefeito optou pelo estilo ‘muro das lamentações’. Tudo estava dando errado por conta, segundo ele, da herança maldita deixada pelo seu padrinho político o ex-prefeito Carlos Evandro.

Mas, eis que veio 2014 e o petista de última hora se apressou em lançar um nova moda: 2014 foi para o prefeito-sorriso o ano do plantio e, segundo ele, 2015 será o ano da colheita. Safras à parte, o certo é que 2014 foi um ano de turbulências para o governo. Senão vejamos: Duque prometeu cobrar metas do seu secretariado logo no  início do ano. Quem não batesse o estipulado, poderia se preparar para entregar o cargo para outro. Na prática, não realizou uma única reunião de metas e ninguém saiu por incompetência.

Pelo avesso do espelho, a realidade foi outra quando o prefeito sentiu-se ‘emparedado’ por críticas. Não gostou de nenhum questionamento e até ameaçou ir ao ataque para quem ousasse desafiá-lo.

Pois bem. O caso eu conto como o caso foi. Duque não gostou quando o deputado Sebastião Oliveira (PR) fez questionamentos ao seu governo, em especial, quando ‘Sebá’ deixou o prefeito sem graça quanto as obras inacabadas do bairro do Ipsep e o descaso com as obras do Samu. Entretanto, como um ‘coringa’, o prefeito foi o primeiro a subir no camarote do deputado durante o Festival da Juventude, e fez questão de ser fotografado como um copo de whisky servido pelo opositor.

O prefeito também não gostou quando foi criticado pelo seu próprio aliado, o vereador Sinézio Rodrigues, que cobrou diálogo com a categoria dos professores. O prefeito fez beicinho, trincou os dentes, mas acabou sendo forçado a negociar.

Mas o que prevaleceu em 2014 foram as notas de repúdio. O prefeito não gostou de ser criticado por “setores da imprensa” e até elegeu o FAROL como o porta voz do PIG – Partido da Imprensa Golpista. O gestor usou gritos, se fez de vítima e trabalhou, nos bastidores, para diminuir a popularidade deste órgão de imprensa. Não conseguiu. Portanto, a trave do prefeito acabou lhe deixando míope e enxergando o mundo ao seu redor como um constante movimento conspiratório. Que as lições de 2014 sirvam para todos. Inclusive, os secretários que agem às escondidas, de tocaia contra a liberdade de imprensa e expressão.