Por Adelmo Santos – Poeta e escritor, ex-presidente da Academia Serra-talhadense de Letras
Esse é o Rio Pajeú dentro de Serra Talhada. No seu leito tem de tudo: tem lixo, esgoto, curral, vaca, cavalo e cabra. Hoje o rio transborda matos, esgoto e descaso, mas já deu muita emoção quando tinha suas praias dando banhos no Sertão.
Era um rio cheio de alegrias e passava uma magia para toda a região. O rio era com certeza forte e cheio de beleza, dava água e dava peixes nas cacimbas e correntezas pro caboclo do Sertão.
Hoje o velho Pajeú sobrevive abandonado, com seu leito encurralado totalmente loteado, com cercas de arames farpados, sendo um rio imaginário sem correnteza e sem água, que fez do Rio Pajeú um grande rio fantasma.
Só precisou de uma chuva para o rio renascer, e botar água no leito e a caatinga florescer. Mudou todo o cenário, a paisagem ficou bonita, com a água veio a vida, não existe nada igual.
Pro caboclo sertanejo que já tomou banho no rio, é um grande desafio ao ver o rio se formar. Ele relembra o passado e vendo o rio alagado, começa logo a chorar.
É um rio com pouca água que já não serve pra nada, que não tem nenhum respeito dentro de Serra Talhada. Quando eu olho para o rio, fico muito magoado.
Hoje o rio só existe nos meus tempos de meninos, nas lembranças do passado.
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