Prefeito Luciano DuqueMais uma vez sustentando o discurso que 2015 será um ano difícil, com contenção de gastos e negociação de salários, o prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque, disse que os gestores dos municípios acabam sendo vítimas de campanhas difamatórias. Quando, na verdade, a culpa pela situação precária nas finanças municipais vem de cima, isto é, do baixo investimento do governo federal junto às prefeituras.

“Os prefeitos acabam sendo  vítimas de uma campanha difamatória. Mas, por exemplo, a gente recebe cerca de R$ 500 mil de recursos do Fundeb para todas as demandas da educação que mal dá para pagar a folha. Há uma falta de recursos generalizada e este ano a crise se aprofunda mais e mais, 0,5 de aumento de FPM não resolve absolutamente nada”, choramingou Duque, falando à rádio Folha de Pernambuco no início da semana.

O prefeito lembrou que um programa de controle de despesas deverá ser instalado no governo no próximo ano prevendo o aumento do salário mínimo e do piso dos professores municipais. “Vem o aumento do salário mínimo e o piso dos professores. Ou seja, os custos vão aumentar então você vai ter que reduzir despesas”.

Luciano voltou a cutucar também o governo de Pernambuco, queixando-se agora que os serviços da UPA-E (Upa Especialidades), instalados na cidade no início do ano, estão sobrecarregando o município.

“O governo do Estado criou a UPAE e essa carga de serviços está desabando no colo do município. Tem mais médicos atendendo, porém os exames a gente não tem como atender (a demanda). A gente continua tendo um subfinanciamento dos programas federais, obrigando utilizar cada vez mais os recursos próprios”, citou.

FIQUE POR DENTRO

À rádio Folha de Pernambuco, na última terça-feira, o gestor disse que estava prevendo um ano difícil, devido o baixo crescimento econômico do país, e que isso afetará as gestões das prefeituras. O discurso, no entanto, prepara a população para medidas duras. Uma dela já foi tomada este ano, com a elevação do IPTU. Luciano adiantou que haverá, nos próximos anos, diminuição do quadro de pessoal e queda de investimentos com recursos próprios. O prefeito entra 2015 com o mesmo discurso de dificuldade financeira tão repetido em 2013 e 2014.