Do JC Online

A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner deu sua primeira entrevista em 5 anos e a primeira entrevista a um jornal brasileiro, falou sobre seu governo e o processo onde é acusada de desviar verbas públicas.

Kirchner foi entrevistada pela jornalista Mônica Bérgamo, da Folha de São Paulo e também falou sobre Bolsonaro e Lula.

Se condenada, Cristina pode ficar até 12 anos presa, segundo o que pede a Procuradoria. O proceso diz que ela era chefe de um esquema que desviava dinheiro para 51 obras na província de Santa Cruz, onde seu ex-marido, Néstor Kirchner, falecido em 2010, foi governador.

Segundo a vice-presidente, assim como Lula, ela é vítima de “lawfare”, quando há perseguição por parte dos juízes envolvidos no processo motivados por razões políticas.

Sobre Bolsonaro, Cristina fala do desafio que é ser mulher ocupando cargos de poder. De acordo com ela, “as mulheres são infinitamente atacadas quando estão no poder”:

A fala de Cristina foi por conta do fato dela não ter sido candidata mas ter formado a Frente de Todos (aliança política no qual elegeu o atual presidente da Argentina, Alberto Fernandez).

Ela conta que o motivo pelo qual não quis ser candidata foi a perseguição que sofreu no governo Macri e dentro do seu próprio partido e a situação política que se formava no mundo, com a reeleição de Trump nos Estados Unidos e Bolsonaro, no Brasil.

Cristina afirma que se ela, como mulher numa posição de poder, fosse “histérica”, seria tratada como “louca”, e que homens no poder, como Bolsonaro, são “fortes”. Daí a afirmação: “se Bolsonaro fosse mulher, estaria preso”.

Cristina sofreu atentado na Argentina

Em meados de setembro, a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, sofreu um atentado na frente da sua casa, em Buenos Aires.

O homem foi detido pela polícia local e identificado como Fernando Andrés Sabag Montiel, brasileiro de 35 anos.