Líderes e representantes em primeira cúpula humanitária mundial da ONU, em Istambul. 23/05/2016 Kayhan Ozer/Presidential Palace/Handout via REUTERS

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, pediu nesta segunda-feira que governos, empresas e grupos de assistencialismo presentes à primeira cúpula humanitária mundial da entidade se comprometam a reduzir o número de civis desabrigados pela metade até 2030.

A conferência de dois dias em Istambul tem como meta desenvolver uma reação melhor ao que a ONU classificou como a pior situação humanitária global desde a Segunda Guerra Mundial. Estima-se que 130 milhões de pessoas necessitem de ajuda na atualidade. “Estamos aqui para moldar um futuro diferente”, disse Ban em discurso no início da cúpula.

“Exorto vocês a se comprometerem a reduzir o número de deslocados internos pela metade até 2030 e a encontrar soluções de longo prazo melhores para refugiados e pessoas deslocadas se baseando em um compartilhamento de responsabilidades mais igualitário”, afirmou. A cúpula pretende mobilizar fundos e levar líderes mundiais a concordarem em temas que vão da maneira de administrar civis deslocados à renovação de compromissos com a lei humanitária internacional.

Mas a conferência corre o risco de ficar aquém de suas ambições. A entidade Médicos Sem Fronteiras se retirou do evento em maio, dizendo que perdeu a esperança de que este aborde as debilidades das reações a emergências. A Turquia, que sedia a cúpula, chamou o sistema de ajuda humanitária internacional de “falido”.

Antes da abertura, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, reiterou suas críticas ao Ocidente por não fazer o suficiente para auxiliar as pessoas na Síria, devastada por uma guerra civil. “A comunidade internacional em particular vem ignorando, em sua maior parte, suas responsabilidades para com o povo sírio ao fazer vista grossa aos crimes de (presidente sírio) Bashar al-Assad contra seus próprios cidadãos”.

Do Reuters