O Carnaval sequer começou, mas a folia política já é intensa nos bastidores dos festejos de Momo, protagonizado pelos os que fazem o governo e a oposição em Serra Talhada. Após o deputado Sebastião Oliveira (PR) ter sugerido que seus vereadores impetrassem ação na Justiça para suspender os festejos de momo, o FAROL conversou com o secretário de Cultura, Anildomá Souza. Ele aproveitou para mandar um duro recado ao deputado republicano.

“Este comportamento do deputado é doentio (de suspender o Carnaval). Ele tem uma aversão a cultura do estado e a cultura popular. Só vejo esta a explicação para ele (Sebastião) querer o cancelamento do Carnaval de Serra Talhada”, disparou o secretário de Cultura, visivelmente chateado com as declarações de Sebastião Oliveira.

A conversa com o FAROL aconteceu quando o secretário estava se dirigindo ao Recife, exatamente para ajustar pendências com o Governo do Estado, com relação aos festejos de Momo. Segundo Anildomá Souza, os gastos com a festa não irão ultrapassar o patamar de R$ 80 mil.

“O que acontece é que Sebastião não enxerga que o Carnaval de Serra Talhada também gera emprego e renda. Isto ele não vê. O Carnaval será feito com artistas de Serra Talhada que serão valorizados em Serra Talhada. Não há desperdício de dinheiro e estamos abrindo mercado para os nossos músicos, dançarinos e para os vendedores da informalidade”.

O secretário de cultura entende que a festa não faz parte do ‘carro-chefe’ cultural da cidade, mas não pode ser esquecida. “Se estivesse estimulando algo em torno da cultura cangaceira iriam reclamar que estaria fazendo protecionismo. O governo deseja resgatar um festejo que foi importante em outras décadas. Esta é a lógica”, declarou Anildomá, afirmando que o Governo do Estado não irá fazer aporte financeiro, mas enviará atrações culturais como apoio.