DSC_0143                                                Fotos: Farol de Notícias/Alejandro García

Quem participou da audiência pública com o secretário executivo de Defesa Social de Pernambuco, Rodrigo Bastos, na Câmara Municipal de Serra Talhada, nesta terça-feira (9), sentiu-se, no mínimo, decepcionado. O problema é que a maioria das demandas levantadas pelos serratalhadenses durante o evento não tiveram retorno satisfatório por parte do representante estadual. Temas considerados polêmicos foram colocados em pauta – como IML, Delegacia da Mulher, reforma da sede do Corpo de Bombeiros, instalação de câmeras de segurança no centro da cidade, cadeia pública, parceria entre BPTran (Policiamento de Trânsito) e PMST (Prefeitura de Serra Talhada), implantação de postos policiais nos bairros – mas não receberam qualquer aprofundamento ou retorno positivo.

Entre as poucas demandas que tiveram algum aceno favorável, estão o fortalecimento do efetivo da Ciosac na região, com a criação do Batalhão Especial de Polícia do Interior (Bepi), após a abertura, em breve, de concurso público para 1.500 PMs e formação de 1.100 policiais já no próximo mês de agosto. A crise financeira por que passa Pernambuco norteou, em boa parte, o discurso do secretário Rodrigo Bastos. Ele justificou que o governo estadual não poderá implantar monitoramento por câmeras no centro da cidade devido a falta de recursos. “O Estado já banca este serviço em Recife, Caruaru e Petrolina e não há como expandir para outras cidades por conta de despesas, o Estado não tem condições”, sentenciou.

MAIS DUCHA DE ÁGUA FRIA

Rodrigo Bastos

Secretário executivo de Defesa Social deu muito poucas garantias às reivindicações da população

Sobre a abertura de novas delegacias na cidade, o secretário disse que não seria interessante para o governo abrir novos equipamentos de segurança sem antes preencher vagas deficitárias nas delegacias do Estado. A criação de postos policiais em bairros como Vila Bela também foi descartada. “Os postos, em certos casos, dão uma sensação ilusória de segurança, mas imobilizam o trabalho da polícia”, avaliou. Justificando instalação de delegacias da mulher em Salgueiro e Afogados da Ingazeira, Bastos disse que não sabia ao certo os motivos porque Serra Talhada não foi contemplada, mas “parecia” que na época em que foram licitados estes projetos, uma das prerrogativas era atender cidades que possuíssem secretarias da Mulher. “E, se não me engano, Serra não possuía na época”, disse.

O secretário foi questionado ainda sobre os critérios usados pelo Estado para implantar um IML em Salgueiro, mesmo considerando Serra Talhada com maior estrutura para receber o equipamento. Rodrigo Bastos disse que não sabe quais os critérios porque não havia assumido a pasta na SDS quando começaram as discussões sobre o tema. “Eu não estava aqui neste cargo nessa época”, esquivou-se. Indagado acerca das condições de precaridade da cadeia pública, o secretário disse que não estava a par da situação, pois o caso seria de responsabilidade de outra secretaria de Estado, a de Ressocialização.

Participaram da audiência o prefeito Luciano Duque, representantes do judiciário, das polícias Civil e Militar, entidades como a OAB, seccional Serra Talhada, CDL, Sindcom e associações comunitárias. Num primeiro momento, pela manhã, Rodrigo Bastos se reuniu reservadamente com autoridades do município para planejar ações em favor da segurança relacionada à Área Integrada de Segurança – AIS 21, que abrange os municípios de Serra Talhada, Betânia, Calumbi, Flores, Santa Cruz da Baixa Verde, São José do Belmonte e Triunfo.