Publicado às 13h30 desta quarta-feira (15) 

Nesta segunda-feira (13), uma parente de um funcionário da Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UAST), localizada na Avenida Gregório Ferraz Nogueira, entrou em contato com a redação do Farol de Notícias para relatar sobre a falta de pagamento do salário mensal aos motoristas responsáveis pelo transporte dos estudantes da unidade. Ela contou que os condutores estão sem receber há quase três meses. A UAST é vinculada à Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

O Farol também conversou com um dos motoristas que detalhou o acontecido. Segundo ele, que pediu anonimato por medo de sofrer represálias, os motoristas da UAST eram contratados por uma determinada empresa terceirizada, que deixou de prestar o serviço e ficou devendo a eles o 13º, as férias e o FGTS que ficou retido, um débito que dura cerca de três meses. 

Com a empresa deixando de prestar os serviços, uma nova instituição terceirizada, em caráter emergencial, contratou os motoristas. Apesar disso, o problema continua, pois há aproximadamente dois meses não têm recebido o pagamento do salário mensal, que deveria ter sido efetuado até o 5º dia útil. Diante da situação e sem encontrar uma saída, os motoristas realizam uma paralisação nesta quinta-feira (16) no período matutino. 

Diretora da UAST fala sobre o problema 

Nesta quarta-feira (15), o Farol de Notícias conversou com Ellen Viégas, diretora geral da UAST, que sustentou que desde novembro que os motoristas contratados têm passado por dificuldades em relação aos pagamentos dos seus salários, e que o problema não é somente na UAST, mas de todos os motoristas contratados que prestam serviços à Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) por meio de empresa terceirizada. 

Ela esclareceu que a dívida com os trabalhadores não é da Universidade, mas das empresas prestadoras de serviços que têm ficado em dívida com os motoristas contratados. Ela conta que o problema  aconteceu com três empresas terceirizadas que agiram da mesma forma após ganharem a licitação e assinarem os contratos. Ela também relatou que alguns grupos da comunidade acadêmica e estudantes, sensibilizados com a causa dos motoristas, estão dando todo o apoio. 

“A universidade está organizando uma nova licitação, mas essas empresas de toda a UFRPE não vêm cumprindo com o acordo. Alunos e motoristas sensíveis à causa estão se organizando para uma paralisação, reivindicando fiscalização, acompanhamento e regularização do pagamento. Isso porque a empresa anterior não pagou nada, nenhum direito”, lamentou Ellen Viégas, acrescentando:

“Existem alguns grupos da comunidade acadêmica que são sensíveis a essa causa porque em Serra Talhada não temos rotas municipais. A universidade arca com esse custo, porque se não temos motoristas, não temos aula”.