Senadores dos EUA buscam sanções para lidar com criseUm grupo influente de senadores republicanos e democratas dos Estados Unidos irá propor nesta quarta-feira uma legislação abrangente para tratar da crise na Venezuela, incluindo sanções a indivíduos considerados responsáveis por minar a democracia ou envolvidos em corrupção, disseram assessores do Senado.

O projeto de lei irá disponibilizar 10 milhões de dólares em ajuda humanitária ao país em dificuldade, solicitar que o Departamento de Estado norte-americano coordene um esforço regional para amenizar a crise e pedir que a inteligência dos Estados Unidos informe sobre a ligação de autoridades do governo da Venezuela com a corrupção e o tráfico de drogas, de acordo com uma cópia vista pela Reuters.

O projeto de lei também pede que o presidente dos EUA, Donald Trump, tome todas as medidas necessárias para evitar que a Rosneft, estatal petroleira da Rússia, adquira o controle de qualquer infraestrutura de energia dos EUA.

A Rosneft vem ganhando terreno na Venezuela porque o país está carente de divisas. No ano passado a estatal petroleira venezuelana PDVSA usou 49,9 por cento de suas ações em sua subsidiária norte-americana, Citgo, como garantia para um financiamento de empréstimo da Rosneft.

No total, a Rosneft emprestou à PDVSA entre 4 e 5 bilhões de dólares.

A medida chega no momento em que a comunidade internacional mostra dificuldade para reagir à profunda crise econômica e aos protestos de rua no país sul-americano, que é membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

Cerca de 30 pessoas foram mortas, mais de 400 ficaram feridas e centenas mais foram presas desde que as manifestações contra o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ganharam ímpeto em abril, em meio a uma escassez grave de alimentos e remédios, uma recessão intensa e uma hiperinflação.

Na terça-feira, a oposição bloqueou ruas da capital, Caracas, em repúdio à decisão de Maduro de convocar uma Assembleia Constituinte, o que críticos dizem ser uma tentativa velada de se manter no poder evitando eleições.

Do Reuters