Publicado às 05h50 desta quinta-feira (10)

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Maria Gomes da Silva, 60 anos, que mora na Fazenda São João do Barro Vermelho, em Tauapiranga, Serra Talhada, entrou em contato com o Farol de Notícias nesta terça-feira (8), para denunciar a humilhação e maus tratos que ela foi vítima, nesta segunda-feira (7), na Unidade Básica de Saúde (UBS) do distrito.

Maria Gomes relatou para o Farol que desde o nascimento até o casamento e nascimento dos filhos, morou em Tauapiranga, tendo ido para São Paulo por um tempo e retornado há quatro meses. Nesta segunda-feira (7), ela foi à Unidade Básica de Saúde do distrito para atendimento médico, mas já havia ido uma semana antes, quando foi informada para ir na segunda. Ela contou que quando chegou à UBS, a enfermeira se recusou a fazer a ficha de atendimento dela, recebendo humilhações pela enfermeira, juntamente com outros pacientes que estavam no local.

Ela contou que a enfermeira foi bastante rude e com outros pacientes, e que ainda hoje, se sente mal ao lembrar como foi atendida pela enfermeira que queria forçá-la a entrar numa ambulância e seguir para o Hospital de Serra Talhada, sendo que ela não estava em estado de emergência, havia ido apenas para que o médico fizesse uma nova receita para ela pegar os medicamentos que faz uso controlado. Maria Gomes disse que os demais funcionários da Unidade foram bastante atenciosos e tentaram ajudá-la para pegar a receita com o médico.

Como tudo aconteceu

“Chegamos lá, sentamos, a enfermeira perguntou: ‘Quem vai passar no médico vai ter que ir para fora’. A minha cunhada falou para ela: ‘Milena, a minha cunhada não pode ir para fora ficar em pé, porque ela está com um problema’. Ela [enfermeira] falou para mim: ‘Você está passando mal?’. Eu falei: ‘Não, filha, é que quando meu braço começa a doer dá essa tremedeira, porque os nervos não têm sustentação’. Ela falou: ‘Que nada! Eu vou chamar a ambulância para te levar para Serra Talhada. Você vai ter que passar no HOSPAM [Hospital Prof. Agamenon Magalhães], porque você está passando mal’. Eu falei: ‘Moça, eu não estou passando mal, porque eu faço tratamento há seis anos dos meus ombros e do meu joelho, eu tenho que continuar o tratamento. O meu ombro direito tem tendinite e é deslocado, os ossos desencontrados. Eu tenho problemas de reumatismo agudo, quando começa a doer, a minha mão, o meu braço, começam a tremer’, disse Maria Gomes, acrescentando:

“Ela falou: ‘Não me interessa, você tem ficha aqui?’. Eu falei: ‘Milena, eu não tenho ficha aqui, eu estou morando com meu irmão, na casa dele, e eu preciso estar toda semana, de 15 em 15 dias, ou uma vez por mês, passando no médico. Ela disse: ‘Aqui você não vai passar não, você não tem cadastro, você não mora aqui’. Eu disse: ‘Filha, eu estou morando aqui há quatro meses’. Ela começou a se alterar. Essa mulher partiu para cima de mim, como um cachorro raivoso e falando que o médico não ia me atender, que eu fosse embora. Quando a pessoa é ignorante, humilha. Ontem uma mulher saiu chorando para casa. Não só ontem, mas sempre que essa enfermeira vai, ela faz isso, humilha as pessoas”. 

O OUTRO LADO

Na última terça-feira (8), o Farol de Notícias entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Serra Talhada, mas até o fechamento desta edição não obtivemos resposta.