Serra-talhadense diz que foi humilhada por médico no HospamPublicado às 14h15 desta quinta-feira (17)

Aureni Ferreira da Silva, agricultora aposentada, 56 anos, moradora do Alto Bom Jesus, em Serra Talhada, esteve na redação do Farol de Notícias, nesta quarta-feira (16), para relatar a humilhação que sofreu no HOSPAM (Hospital Prof. Agamenon Magalhães) na segunda-feira (14). Ela diz que um médico por nome de Jordão, lhe tratou mal e a expulsou da sala aos gritos.

Aureni Ferreira disse que sofre de pressão alta, labirintite, epilepsia e ansiedade. Há 16 anos reside em Serra Talhada, e sempre buscou atendimento médico no Hospital, sendo sempre bem recebida. Infelizmente, nesta segunda-feira (14), passando muito mal procurou atendimento no HOSPAM, e após passar pela triagem por volta das 12h, e aguardar até, mais ou menos, às 16h, sofreu a humilhação que jamais irá esquecer, pois o médico a expulsou da sala de atendimento aos gritos. Ela declarou que estava tonta, devido a pressão alta, pois foi constatado durante a triagem com o enfermeiro no HOSPAM. 

Como tudo aconteceu

“Eu estava passando muito mal. Enfrentei uma fila de mais de 80 pessoas. Peguei a ficha, e foram chamando. Eu consegui chegar na sala do médico, ele estava com a perna cruzada e ao telefone. Quando eu me sentei, que eu dei boa tarde, botei a ficha lá, ele não respondeu. Depois ele disse: ‘Diga o que é que você tem?’. Eu falei: ‘Doutor, há mais de mês que eu venho doente’. Ele disse: ‘Não quero saber de mais de mês não, eu quero saber o que você está sentindo agora’. Eu falei: ‘Doutor, mas eu vou contar o que eu estou sentindo, há mais de mês que eu venho doente’. Ele disse: ‘Puxe para fora, puxe para fora!’. ‘Doutor me receite que eu estou doente’. ‘Puxe para fora!’. Como eu não saí para fora, ele saiu e no meio de todos disse: ‘Saia para fora, se você não sair para fora, eu não vou lhe receitar’. Minha vergonha era tão grande, eu nunca passei na minha vida. Já tinha mais de 80 pessoas em pé no corredor. Eu não saí porque eu fiquei com vergonha. Se tivesse uma janela, eu teria pulado para o outro lado para ninguém me ver”, disse Aureni Ferreira acrescentando:

“Ele é doutor Jordão, mas para mim ele não é doutor, um médico não faz isso com um paciente. Quem me atendeu foi outro médico. Eu fiquei desesperada lá dentro: ‘Doutor, venha me atender! doutor, não faça uma coisa dessa não’. Eu estou doente. A Minha boca ficou preta, eu pensei que eu ia morrer. Até cortando a minha voz estava. Ele não voltou mais, eu saí, mais de 16h30, ou 17h. Ele não atendeu mais ninguém. Enquanto eu estava no repouso para baixar a pressão alta, chegou uma mocinha e disse: ‘Ele fez isso nesse instante comigo’; mas com a mocinha, ele fez lá dentro, e comigo, ele abriu a porta no meio de todo mundo. Eu só fiquei com vergonha porque ele brigou comigo no meio do povo”. 

O OUTRO LADO

 

Nesta quinta-feira (17), o Farol de Notícias recebeu uma nota da Secretaria de Saúde de Pernambuco, dando uma outra versão sobre o episódio. Leia a nota abaixo:

NOTA DA SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE

A direção do Hospital Regional Professor Agamenon Magalhães (Hospam) informa que a paciente citada deu entrada na emergência do serviço na manhã da última segunda-feira (14/11) com queixa de cefaléia e mal-estar. Passou pelo acolhimento, triagem e classificação de risco com a equipe multiprofissional, recebendo o grau verde, considerado pouco urgente.

Enquanto aguardava atendimento, abordou um dos médicos plantonistas, em procedimento para paciente da Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O profissional explicou repetidas vezes que estava no meio de um atendimento de urgência, o que não foi aceito pela paciente. É importante destacar, como já dito antes, que o serviço trabalha com a classificação de risco, dando prioridade aos casos mais graves.

Por fim, o serviço reforça que a paciente foi atendida, medicada e recebeu alta hospitalar. A direção do Hospam se coloca à disposição para eventuais dúvidas e informações.