Fotos: Farol de Notícias / Celso García

Publicado às 21h11 desta sexta (28)

Dois casos de estupro contra uma criança de 10 anos e uma adolescente de 16 assustaram a população serra-talhadense nas últimas semanas. Apesar da grande repercussão das situações de violência nenhum suspeito foi preso até o momento.

A reportagem do Farol de Notícias foi às ruas para ouvir a opinião popular sobre o assunto. Dos quatro entrevistados abordados, sendo dois homens adultos, e duas mulheres jovens, todos falaram sobre insegurança na cidade e cobraram mais policiamento nos bairros. Confira os depoimentos!

FALA POVO – VIOLÊNCIA SEXUAL

Jéssica Freitas, 24 anos, estudante, bacharel em Direito, moradora do bairro São Cristóvão.

“É uma situação muito triste. Nós ainda, infelizmente, não temos o apoio e não é reconhecido o quanto nós precisamos ser vistas e essa questão precisa ser estudada. Infelizmente, ainda precisamos de pessoas que nos defendam. Sozinhas ainda não conseguimos, essa notícia é muito triste. A gente geralmente pensa que isso é coisa que acontece em cidades grandes, em metrópoles, mas isso acontece em todos os lugares. Nós passamos todos os dias, todos os dias somos assediadas. Não podemos nos vestir da maneira que queremos, e a maneira que nos vestimos ainda é vista como uma abertura, como se estivéssemos dando liberdade ou ousadia. As pessoas deveriam ter mais conhecimento e entender que roupa não é um convite. Somos pessoas livres! Hoje para ser sincera eu não consigo me sentir segura em lugar nenhum por conta dessa realidade”, afirmou a jovem.

Isabela Rodrigues, 15 anos, fotógrafa, moradora do bairro Ipsep. 

“Eu fico muito ofendida como mulher, porque não é uma situação que diz só sobre as meninas que ocorreu a violência. Diz também sobre a gente, a fomos como a gente é tratada atualmente e é motivo de dor. Eu não me sinto segura, de jeito nenhum. Principalmente depois desse caso, é impressionante. Eu estava indo a trabalho e fui pegar uma moto, e lembrei do caso na hora pensando que poderia acontecer a mesma coisa comigo”, declarou a adolescente comovida com a violência na cidade.

Virgílio Neto, 62 anos, servidor público, morador da AABB.

“É difícil até de responder, eu não sei onde está o nosso policiamento. Falta muito mesmo, eu  acho que a polícia resolveria muito essas coisas. Ao invés de estar parado nas esquinas, essa guarda municipal, ao invés de estar só multando, procurando multar a gente por besteira para ganhar uma comissão em cima disso aí. E a falta de responsabilidade dos pais, solta muito os filhos, fora de hora, eu sou pai de família e é uma situação difícil de controlar. Os filhos mentem que vão para a escola, e não estão na escola. Eu tenho filhos, tenho medo, ela apesar de ser maior de idade, advogada, mas a gente mora em um bairro meio deserto e tudo pode acontecer. E fica difícil da gente resolver, falta muita fiscalização por parte da própria polícia. Eles deveriam ficar em lugares estratégicos, em bairros mais pobres, onde tem mais pessoas nas ruas, não tem uma viatura. Nós como pais de família tememos muito isso aí. Não dá o direito de ninguém fazer isso aí, mas a gente que é pai de família tem que estar sempre puxando a rédea”, disse o serra-talhadense.

Bráulio Thiago Souza, 37 anos, mototaxista e vigilante, morador do Ipsep.

“Essa situação é por falta de segurança, né? Segurança é importante para um município, Serra Talhada tem muitos locais que precisam mais ainda, tipo o Ipsep, AABB, que tem muitas ruas escuras. Lá é perigoso para as mulheres transitarem, principalmente para as mulheres. É uma falta de profissionalismo do mototaxista, mesmo a mulher estando bêbada ou não, não é o caso da pessoa cometer esse tipo de crime. O correto é que ele seja preso urgentemente para que ele não faça mais mal, não faça novas vítimas. Eu acho que não mancha os outros mototaxistas, porque vai de cada pessoa. Tanto faz ser um médico, como acontece vários casos, e em qualquer profissão. Quem for pegar mototáxi é bom sempre procurar um mototaxista em um ponto, ou sempre pegar alguém conhecido, realmente conhecido”, aconselhou o profissional.