Da CNN Brasil

O secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou que o estado mantém o objetivo de iniciar a vacinação de sua população contra a Covid-19 em 25 de janeiro, apesar da intenção de compra da Coronavac manifestada pelo governo federal.

“Temos que entender que não recebemos nenhuma informação quanto ao início da imunização [pelo Ministério da Saúde], que pode acontecer em março, abril. Nós precisamos vacinar. Esse vírus tem vindo de forma mais importante nas últimas semanas, comprometendo mais pessoas e ceifando mais vidas”, disse Gorinchteyn em entrevista à CNN.

“Estaremos, aptos, prontos para entrar no Plano Nacional de Imunização (PNI), mas enquanto ele não se inicia, nós iniciaremos aqui em São Paulo, sim. Não podemos perder vidas, não podemos sobrecarregar nossas unidades hospitalares”, completou.

Ele disse que seria irresponsável aguardar a definição do governo federal para começar a vacinação com a Coronavac. “Então nós iniciaremos dia 25 de janeiro, sim, e nos associaremos ao PNI para colaborar com a vacinação de todos os brasileiros. Dessa maneira, não será um problema o número de doses”, afirmou.

De acordo com o secretário, foi proposto ao Ministério da Saúde pelo Instituto Butantan a possibilidade de se adquirir até 100 milhões de doses da Coronavac até junho, mas não houve uma resposta formal do governo federal.

“Precisamos que o Ministério não reflita apenas uma intenção, mas que coloque um investimento econômico – existe um custo para aquisição das vacinas. E precisamos enviar isso para a Sinovac para termos mais vacinas”, explicou Gorinchteyn.

Ele afirmou ainda que, mesmo que venda 46 milhões de doses para serem distribuídas nacionalmente no Sistema Único de Saúde (SUS), não haverá impacto no Plano Estadual de Imunização (PEI) de SP.

“Nós temos 60 milhões de doses, até fevereiro, já em contrato do Instituto Butantan e da Sinovac. Nessa nossa primeira fase, de 25 de janeiro até 28 de março, precisaremos de 18 milhões de doses de vacina para que sejam imunizadas 9 milhões de pessoas do grupo de risco. Então isso não impactará as doses que podem ser direcionadas ao Ministério da Saúde.”

O secretário também negou que o plano estadual vá se sobrepor ao plano nacional, oficializado na véspera pelo governo federal.

“De forma alguma. O que fizemos é que, na Fase 1 [do PEI], antecipamos algumas colocações feitas pelo ministério. Temos quilombolas, indígenas, os trabalhadores da saúde – que não podem parar e estão em risco de se contaminar – e os idosos. Nós apenas nos antecipamos e isso não gerará nenhum conflito”, argumentou.