Pesquisadores do cangaço e da estética da seca de várias cidades do Pajeú e em suas várias modalidades – como artesanato, dança, literatura e música – participaram na noite dessa quinta-feira (22), no restaurante Recando do Matuto, no bairro Alto da Conceição, em Serra Talhada, do primeiro Café Histórico-Linguístico. O evento, promovido por professores e alunos do 2º período do curso de História da Fafopst (Faculdade de Formação de Professores de Serra Talhada) debateu o tema Heranças Linguísticas e Estéticas do Cangaço e contou com o apoio cultural do FAROL DE NOTÍCIAS.

Cerca de 30 pessoas participaram do encontro, que debateu os signos gerados pela estética do cangaço. Na ocasião, entre as principais discussões, foi apresentado outro perfil do cangaceiro Lampião, que não o marcado pela violência. Segundo os pesquisadores, o “Rei do Cangaço” era um intelectual, atualizado com as notícias do Brasil e do mundo, bom de costura e de poesia. De acordo com a professora Josinalva Maciel, coordenadora do evento, uma pesquisa que está sendo realizada por alunos e docentes do curso de História descobriu que os cangaceiros, por meio de códigos linguístico próprios, criaram neologismos assimilados até hoje pelas pessoas.

PROFESSORES E PESQUISADORES ASSISTEM À APRESENTAÇÃO DO PROJETO

“Pouca gente sabe que muito do que se fala atualmente no Nordeste veio da herança do palavrear dos cangaceiros, que tinham a necessidade de se comunicar em códigos para evitar que fossem descobertos pela volante onde estivessem”, explica a professora. Josinalva Maciel afirma que o projeto de pesquisa que coordena junto aos estudantes será apresentado em concursos acadêmicos Brasil a fora e é único no estado. O evento contou ainda, no seu final, com recital de poesia e degustação de cachaça, além de artigos da culinária sertaneja. Fotos: Alejandro Garcia