Do G1

As autoridades sudanesas assinaram nesta segunda-feira (31) um acordo de paz com os principais grupos rebeldes do país, em um passo significativo para acabar com 17 anos de guerra no país. A cerimônia aconteceu em Juba, capital do vizinho Sudão do Sul.

Os líderes civis e militares que compartilham o poder após a derrubada de Omar al-Bashir, em abril de 2019, dizem que o fim dos conflitos internos é a principal prioridade da transição. Bashir ocupou o poder por 30 anos, com a ajuda de militantes islâmicos, foi deposto após meses de protestos a favor da democracia no país.

O acordo oferece aos grupos rebeldes representação política, integração nas forças de segurança, direitos econômicos e acesso à terra, assim como a possibilidade de retorno para os deslocados pelos conflitos, de acordo com a Reuters.

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O acordo foi assinado em duas etapas: uma com os movimentos que atuam na região do Darfur (oeste do país) e outra com rebeldes no centro-sul.

Entre os grupos rebeldes que assinaram o tratado estão: Movimento de Justiça e Igualdade (JEM) e Exército de Libertação do Sudão (SLA) de Minni Minawi, ambos da região oeste de Darfur, e o Movimento de Libertação do Povo do Sudão-Norte (SPLM-N) liderado por Malik Agar, que atuam no Kordofan do Sul e no Nilo Azul.

Estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que a guerra no Darfur, que começou em 2003, deixou 300 mil mortos e 2,5 milhões de deslocados. No confronto, forças do governo e, principalmente, a milícia árabe moveram-se para reprimir a maioria rebeldes não árabes.

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O Kordofan do Sul e o Nilo Azul permaneceram no Sudão quando o Sudão do Sul se separou em 2011. As comunidades reclamaram da marginalização por parte do governo em Cartum.

O tratado é visto como um passo significativo para a restauração da paz no país embora dois grupos não participem: o Movimento de Libertação do Sudão (MLS), de Abdelwahid Nour, e o Movimento Popular de Libertação do Sudão do Norte (SPLA-N), de Abdelaziz al-Hilu.

Vários acordos de paz precedentes não foram aplicados, como o de 2006 assinado em Abuja, Nigéria, ou o de 2010 no Catar.