Do Jornal do Comércio

 

Foi preso nesse domingo (25) um homem de 28 anos que é suspeito de matar o oficial de Justiça Jorge Eduardo Lopes Borges, de 41 anos. Segundo as investigações, ele teria sido contratado para executar o crime pela ex-esposa da vítima, uma médica que foi detida em 19 de setembro.

De acordo com a Polícia Civil de Pernambuco, a prisão foi feita em cumprimento a um mandado, por meio da 2ª Delegacia de Polícia de Homicídios. O autor foi capturado em um condomínio residencial no bairro de Água Fria, em João Pessoa, na Paraíba.

Após realização dos procedimentos cabíveis, ele foi apresentado à justiça.

A ex-esposa e Jorge haviam brigado há pouco tempo pela guarda da filha na Justiça. Recentemente, o pai conseguiu o direito da menina dormir na casa dele aos fins de semana.

A Assessoria de Comunicação do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) informou que a investigação policial sobre o homicídio está em segredo de justiça e que não pode “dar detalhes do que está acontecendo durante a investigação, pois cabe a Polícia Civil prestar ou não esclarecimentos sobre a condução do inquérito em andamento.”

A reportagem não conseguiu contato com a defesa da médica nem do suspeito dos disparos, mas segue aberta para esclarecimentos.

Relembre o crime

Foi ao voltar para casa após deixar a filha na casa da ex-mulher, no dia 4 de setembro, que Jorge foi baleado diversas vezes.

Ele foi surpreendido por um homem armado em uma moto ao parar o carro em um semáforo do cruzamento entre a Estrada do Arraial e a Rua Sebastião Alves, na Tamarineira, Zona Norte do Recife.

O homem se aproximou do veículo já atirando com uma arma de fogo contra o oficial, que ficou internado durante três dias entre o Hospital da Restauração (HR) e depois em uma unidade particular do Recife, mas não resistiu aos ferimentos.

A Polícia Civil de Pernambuco identificou mensagens em que a médica e o tio acertavam um pagamento no valor de R$ 10 mil, quantia sacada por ela.

Ainda, os autos mostram que uma funcionária dela disse tê-la ouvido marcar um encontro com alguém em um hospital do Recife, onde o dinheiro seria entregue.

Na investigação, consta que o encontro entre ela e um possível atirador foi registrado por câmeras de segurança no hospital. Ainda, que, em depoimento, um tio da suspeita indicou que ela procurava uma pessoa ligada a um conhecido grupo criminoso para executar um serviço.

O Tribunal de Justiça expediu o mandado de prisão contra a mulher, que foi levada para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para prestar depoimento.

De lá, seguiu para a Colônia Penal Feminina do Recife. Agora, a família do oficial de Justiça deve entrar com um pedido de guarda da criança.

Os advogados de defesa entraram com um pedido de habeas corpus para que a médica cumprisse a prisão temporária em casa, com a alegação de que ela amamenta a filha de um ano do atual relacionamento, mas o pedido foi negado pelo desembargador Evandro Magalhães Melo.