Publicado às 05h10 deste domingo (29)

Por Giovanni Sá, editor-geral do Farol

Não sei vocês, mas confesso que neste Natal bateu uma nostalgia que me fez mergulhar nas minhas paradas da infância. Estive visitando alguns shoppings neste período, na capital pernambucana, e fiquei meio que transtornando com a transformação das vitrines.

Noves fora nada, absolutamente impressionado com a presença dos brinquedos digitais na chamada ‘infância moderna’. É claro, sem esquecer o que batizo de ‘praga’ dos celulares, com seus infinitos jogos e vídeos, que condenam às crianças as brincadeiras ‘mágicas’ em cima de um sofá.

Meus tempos foram outros, e bem mais inocentes. Na década de 70, por exemplo, ganhei de presente do meu pai uma bola canarinho, top! E como esquecer aquele carro de bombeiro em que a minha sirene imaginária ganhava às ruas e partia em disparada para salvar ‘meus bonequinhos’ em perigo?

Como esquecer meus times de botão e os campeonatos travados entre quatro irmãos? aquele botão de osso, aquela bolinha rolando no tablado de madeira, o talco para deixar o jogador mais veloz, ufa! E como esquecer às ruas. Ora, as ruas não tinham cracks, mas craques. Menino doido por bola nos campos de várzea de Serra Talhada. Mas onde estão os campos de várzea?

Bons tempos do garrafão, rouba bandeira, mão no bolso, 31 Alerta, amarelinha, bola de gude, briga de rua, garrafinha de Q-Suco, da Difusora de Nizinho, das matinê de Tarzan no Cine Art, da Rua da Favela, puxa, se puxar o cordão, não paro mais.

A minha geração tem boas lembranças do Natal. Espero que as minhas duas netas, e o meu neto, que chega em fevereiro, possam escrever coisas parecidas em 2050.

Feliz Ano Novo!