Publicado às 13h46 desta sexta-feira (212)

O serra-talhadense Manoel Pedro da Costa comemora seus 80 anos de vida, nesta sexta-feira (21), com todo vigor para continuar tocando o instrumento que ele mais ama e que se tornou o seu grande companheiro de vida, o cavaquinho. Não é à toa que ele gosta mesmo é de ser chamado Manoel do Cavaco. Ele é da Vila Tauapiranga, onde trabalhou na agricultura durante 20 anos, porém fixou moradia em Serra Talhada em 1958.

Depois atuou por 11 anos como canoeiro, transportando pessoas de uma margem a outra do Rio Pajeú, quando não existia pontes na Capital do Xaxado e o Pajeú tinha cheias abundantes e mais recorrentes. Após largar o ofício de canoeiro, decidiu ganhar a vida  como pedreiro, profissão esta que atuou durante 53 anos. E onde fica a paixão pelo cavaquinho? Desde os 17 anos que não larga o seu cúmplice, sobretudo após se aposentar.

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Ao Farol, o autodidata confessou que começou a tocar sozinho no São João do Barro Vermelho após o Padre Jesus observá-lo com o instrumento e dizer: ”Esse menino vai aprender a tocar cavaquinho.” Isso serviu ainda mais como incentivo para aquele jovem aprendiz seguir se aperfeiçoando e tocando de tudo um pouco, como: brasileirinho, “escadaria”, xote, bolero e os grandes sucessos de Luiz Gonzaga.

MEMÓRIAS

É com muita alegria que ele guarda as memórias da época que podia sair estrada à fora para ir tocar em outros lugares, sobre tudo as memórias dos festejos juninos e de quando tocava no Grupo de Xaxado Raiz do Cangaço. Para ele, era seu maior prazer e o cavaquinho continua sendo sua maior satisfação.

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”Eu toquei muito tempo com Giovanni no Grupo de Xaxado Raiz do Cangaço. A gente ia tocar em todo canto, em Água Branca, Recife, Tabira, Afogados. Depois toquei com Telma em outro grupo de xaxado, com Maria Rita e fui seguindo. Hoje, ainda toco, tenho dois cavaquinhos bons, mais com essa doença a gente não pode sair. Eu não toco não, o povo é quem diz, eu não posso dizer que sei o povo é quem pode dizer”, disse Manoel do Cavaco, continuando:

”Eu tenho ensinado o povo tocar assim: eu com dois cavaquinhos, entrego um a outra pessoa e a pessoa vendo o que eu estou fazendo vai aprendendo. Teve um menino daqui de Serra Talhada, hoje está em Aracajú, que aprendeu muita coisa, toca muito. Com 10, 12 anos ele aprendeu com o que eu ensinei e toca muito lá em Aracajú. Quando eu pego meu cavaquinho é o maior prazer do mundo. ”

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CONHEÇA MANOEL DO CAVAQUINHO