Por esses dias conjecturamos com a decisão do Supremo Tribunal Federal que por unanimidade decidiu aprovar a união civil homossexual, isto é, fica doravante reconhecida no Brasil a relação entre pessoas do mesmo sexo, garantindo-lhes direitos, como adoção de filhos e tudo o mais. Isso é maravilhoso, mas em contrapartida, estamos assistindo ao embaraço da sociedade em aceitar a decisão.  

Os intolerantes falam em nome da religião, outros do Estado, uns ainda dizem que uma criança adotada por um casal homossexual terá dois pais ou duas mães e isso não é normal. Pelo que sei a incumbência da religião é tornar o homem melhor, lembrando que o Estado é laico. Quanto a ter dois pais ou duas mães e nunca um casal, quem designou que pai tem que ser homem e mãe mulher? Há tantas mulheres fazendo o papel de pai e mãe assim, como há homens, muito poucos, mas há os que fazem o papel de mãe também, quando um dos cônjuges sai de casa.

Pai e mãe não são duas entidades com designativos que as define. Nós reclamamos tanto dos nossos direitos, mas queremos excluir desses direitos os homossexuais, os pobres, os negros, assim teríamos que excluir também as cotas. O que precisamos entender é que não existem heterossexuais ou homossexuais, mas sim a humanidade com profunda necessidade de aceitar-se.  

Se tivesse alguém homo em minha família, ficaria revoltada ao vê-lo descriminado dessa maneira. Fico pensando como queremos o melhor para nossos filhos quando não o ensinamos a respeitar o próximo? Vamos nos unir em prol de um país melhor, pois essa é uma oportunidade para que a sociedade se prepare para uma nova página da sua história, afinal vivemos numa democracia e democracia não é exclusividade de quem se acha “normal”.  

Sabemos que a decisão do STF não será aceita facilmente, afinal não foi Einstein que disse lá atrás que seria mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito? O Supremo está de parabéns, pois como ouvi em uma das reportagens, “esse julgamento lançará luz nas trevas”. Chega de preconceito, vamos viver com mais igualdade e mais aceitação. Acreditemos na virilidade.

Abraços!