O primeiro vagão só para mulheres do metrô do Recife, já batizado de Vagão Rosa, entrará em teste na próxima semana. Inicialmente, funcionará em um único trem e, se for bem aceito pelas passageiras mulheres, o projeto será ampliado. A informação foi dada pelo superintendente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) em Pernambuco, Leonardo Villar Beltrão. Vagões rosa, exclusivo para mulheres, já existem nos metrôs de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte, tendo aceitação e rejeição entre os passageiros.

Em primeiro lugar, é preciso esclarecer que as mulheres não serão obrigadas a viajar apenas no espaço exclusivo. Poderão usar as áreas mistas, junto com os homens. Nas cidades que adotaram o modelo há mais de dois anos, é muito comum vê-las nos vagões comuns. O que é proibido é a presença de homens nos vagões rosas. Quando isso acontecer o passageiro masculino será convidado a sair do vagão exclusivo e seguir viagem em outro. Mas não haverá nenhum tipo de multa ou constrangimento.

No vídeo, Leonardo Villar Beltrão explica como será o projeto, comenta a polêmica que ele já está criando nas redes sociais e entre os usuários do metrô, além de falar sobre os outros grandes problemas do metrô: os ambulantes e a insegurança.

“Queremos explicar às pessoas que isso é um projeto piloto. Deu certo em algumas cidades, há passageiras que gostam e usam e outras que preferem utilizar os vagões mistos. Por isso, vamos fazer um teste. Começar devagar, para que os passageiros possam ir se acostumando. Começaremos com um único trem e, se der certo, iremos ampliar, reservando um vagão de cada um dos 40 trens que possuímos para a operação”, disse Leonardo Villar Beltrão.

A expectativa é de que os vagões rosa tenham uma alta utilização, já que, segundo o superintendente do metrô, a última pesquisa que traçou o perfil dos passageiros do sistema apontou que 56% são mulheres. Atualmente, o metrô transporta 400 mil pessoas por dia, o que significaria 224 mulheres utilizando o sistema diariamente.

Ainda não foi definido um dia na próxima semana para o início dos testes. Tudo dependerá da confecção dos adesivos para identificar o vagão rosa. O projeto também exigirá uma fiscalização específica. “Teremos que utilizar os nossos seguranças para conferir se a restrição está sendo respeitada”, argumentou Leonardo Villar Beltrão.

Do JC Online