Do G1

O presidente Jair Bolsonaro, ao assinar um decreto nesta quinta-feira (16) para aumentar o IOF, contrariou uma promessa de campanha e discursos que ele mesmo fez ao longo do mandato. Em diversas ocasiões desde 2018, Bolsonaro disse que não aumentaria impostos.

O IOF é o Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários.

Bolsonaro aumentou as alíquotas tanto para pessoa física quanto para jurídica. A intenção do presidente é que o reajuste banque o incremento que ele pretende dar ao Bolsa Família. Bolsonaro busca reverter a queda na sua popularidade, às vésperas de um ano eleitoral.

Relembre ocasiões em que o presidente disse que não aumentaria impostos:

Outubro de 2018

Ainda durante a campanha presidencial, o então candidato Jair Bolsonaro falou sobre impostos em uma entrevista ao SBT:

“Não vai ter aumento de imposto, não vai ter CPMF, não terá nada disso”, disse Bolsonaro na ocasião.

Agosto de 2020

Em 2 de agosto de 2020, durante um passeio de moto por Brasília, o presidente parou para falar com a imprensa. Na época, se discutia um novo imposto, que incidiria sobre transações eletrônicas.

“Não tem aumento de carga tributária. Pode substituir imposto. Mas ninguém aguenta pagar mais imposto”, afirmou o presidente.

Outubro de 2020

Durante a formatura de novos diplomatas, no Palácio do Itamaraty, em 22 de outubro de 2020, Bolsonaro se dirigiu ao ministro Paulo Guedes (Economia) para ressaltar que o governo não aumentaria impostos.

“O nosso país, Paulo Guedes, o governo federal não aumentou impostos durante a pandemia e não aumentará quando ela também nos deixar”, reforçou Bolsonaro.

Janeiro de 2021

Em uma de suas tradicionais lives de quinta-feira, no dia 14 de janeiro deste ano, Bolsonaro alardeou que sua gestão não aumenta impostos: “No meu governo, não temos aumento de imposto federal”.

Junho de 2021

Em um discurso no Palácio do Planalto, no dia 1º de junho de 2021, Bolsonaro comentou, se dirigindo a parlamentares, a reforma tributária. Ele disse que era a favor da reforma, mas que não poderia haver aumento de imposto.

“Não podemos admitir, senhores parlamentares, os senhores também têm responsabilidades, sabem que nós jogamos juntos nessa questão. Reforma sim, mas sem aumento de imposto. Nós não podemos continuar sendo um dos países com a mais alta carga tributária do mundo e com a menor contraprestação de serviço”, declarou o presidente.