Vendedora mantém a tradição do 'Dida' em ST

Fotos: Farol de Notícias/Manu Silva

Publicado às 05h46 desta terça-feira (25)

Dida, Dudu, dindim, sacolé, flaw, geladinho, Helinho, chupe-chupe. São inúmeras os termos para nomear um dos lanches mais conhecidos do Brasil. Uma espécie de picolé feito a base de suco de frutas, açúcar e leite é a sensação para esfriar o calor, não importa a idade. Em Serra Talhada alguns vendedores autônomos se popularizaram vendendo uma versão gourmetizada, mas o bom e velho dida que vende na tia da esquina tem o sabor de saudade da infância.

A reportagem do Farol visitou uma dessas vendedoras de Dida tradicionais que tiram alguns poucos centavos de lucro, e muita felicidade dos seus clientes fiéis. A dona Rosimar Pereira Garcia, de 71 anos, é natural do Sítio Mata Redonda, no município de Triunfo. Morou por cerca de 48 anos em São Paulo e retornou ao Nordeste em busca de qualidade de vida e condições melhores para tratar dos problemas de saúde do esposo, com quem é casada há 41 anos, e teve três filhos adultos, um deles é o repórter fotográfico, Celso Garcia.

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“Já trabalhei em firma, já fiz doces e salgados para vender na rua lá em São Paulo, já fiz bonecas de lã para vender, já fiz muita coisa na minha vida. Eu faço cocada no leite condensado, fica bem cremosa, mas ultimamente eu não estou fazendo porque tive um infarto e também cuido do meu esposo que teve 3 AVCs e um começo de infarto, ele não é aposentado, não recebe nenhum auxílio doença, esse ano ele completa 65 anos. Eu só ganho um salário mínimo, então há 5 meses comecei a fazer didas, mas as vendas ainda estão fracas”, comentou Dona Rose, complementando:

Vendedora mantém a tradição do 'Dida' em ST

“Comecei a fazer didas aqui em Serra por conta do calor e também por necessidade, para ver se ajudava um pouco mais na minha renda, ainda é devagar, mas o senhor Jesus Cristo está sempre colocando a mão e está sempre enviando alguém que vem e compra. Eu conhecia por Gelinho em São Paulo. Eu uso a polpa da fruta mesmo, leite em pó, leite condensado, o leite de normal, eu trabalho com tudo natural, hoje cobro R$ 2 a unidade do dida, antes vendia a R$ 1, mas com o aumento do material tive que subir o valor, graças a Deus que todo mundo que prova elogia”.

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RECEITA

Na receita especial do Dida cremoso e de sabor marcante nos produtos de Dona Rosa estão leite condensado, leite de vaca, a fruta ou adicional de sabor. O FAROL teve a sorte de provar alguns sabores especiais e comprovou a qualidade do Dida de Dona Rose. Coco e goiaba ficam disparados na frente, seguidos dos didas de paçoca, chocolate, manga. Até mesmo de siriguela e abacate sai Dida na casa dos Garcia. E com direito a modernidades, a vendedora aceita pix no ato do pagamento. Cada unidade do produto custa R$ 2,00.

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“Com o dinheiro que arrecado eu compro algo para casa e compro o material de fazer, me ajuda um pouco na água e luz, porque aqui nada é barato e ainda tenho aluguel para pagar também, o dinheiro que ganho na venda dos didas é para ajudar a complementar as contas. Me ajuda muito a sempre ter as coisas, sempre tenho o dinheiro do pão, se eu preciso comprar uma carne também uso desse dinheiro, Deus tem deixado tudo em ordem dentro de casa. Eu louvo a Deus, se eu tivesse que casar de novo, eu casava com o mesmo, mesmo com tanto sacrifício eu casaria com ele de novo. Tenho 3 filhos, 2 estão em São Paulo e 1 mora aqui em Serra”.

Quem quiser provar as delícias de Dona Rose é só passar na Rua Avenida Luiza Ferraz de Lima, 392, do bairro Tancredo Neves. Aproveita e divulgando trabalho sensacional dessa simpática senhora.

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