Segundo Maduro, os novos preços do combustível devem assegurar “o pagamento do que se investe para produzi-lo”, assim como o funcionamento da petroleira estatal PDVSA. O presidente afirmou que apenas 30% dos veículos do país necessitam desse tipo de gasolina de alta octanagem, mas que 70% a utilizam devido à pouca diferença de preço com a de 91 octanas.
“Gastamos cerca de US$ 1 bilhão para fazer a gasolina de 95, poderíamos economizar US$ 800 milhões com o novo sistema de preços, que podem ir para alimentos e medicamentos”, disse Maduro. Segundo o chefe de Estado, 30% dos rendimentos provenientes do novo sistema de preços irão para a Missão Transporte, que inclui programas de auxílio ao transporte público.
Taxa de câmbio e salário mínimo
Maduro também anunciou que a mais forte das taxas de câmbio oficiais do país, usada para itens básicos, como alimentos e medicamentos, passará de 6,30 bolívares para cada dólar para 10 bolívares por dólar. Outro tipo de câmbio, que o líder venezuelano classificou de “complementário e flutuante”, ficará em 203 bolívares por dólar.
Maduro também anunciou a alta dos preços controlados para uma centena de serviços e produtos. Na tentativa de amenizar o impacto das medidas, que podem pressionar a inflação, o presidente também decretou um aumento de salário mínimo de 20%, para 11.578 bolívares.
Crise e lembranças do “Caracaço”
A Venezuela enfrenta uma profunda crise – caracterizada por uma recessão econômica, a inflação mais alta do mundo e escassez de bens básicos –, que se agravou com a queda dos preços do petróleo, sua principal fonte de divisas.
O aumento do preço dos combustíveis é um tema sensível no país, que detém as maiores reservas de petróleo cru do mundo. Em 1989, o então presidente Carlos Andrés Pérez empreendeu uma série de ajustes econômicos, incluindo o aumento da gasolina, que levaram a protestos violentos conhecidos como “Caracaço”. A partir de então, os venezuelanos assumiram como um direito adquirido desfrutar da gasolina mais barata do mundo.
Do Portal Terra
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