Publicado às 10h30 desta segunda (6)

O vereador governista Sinézio Rodrigues bateu de frente com o discurso do prefeito Luciano Duque, que garantiu – em entrevista na semana passada – que o governo tem investido cada vez mais em políticas de valorização do servidor municipal [veja aqui].

Sinézio acha o contrário. Falando no último sábado (4), ao programa Farol de Notícias, na rádio Vila Bela FM, ele disse que, se Duque arriscar fazer uma pesquisa interna sobre sua aprovação entre os servidores, pode quebrar a cara. “Luciano, você precisa sondar a aceitação do governo dentre os servidores”, alertou Rodrigues.

“Luciano foi eleito com o apoio de Carlos Evandro no Partidos dos Trabalhadores e ele teve no mínimo 70% do apoio da categoria. E ele sabe, se fizer uma pesquisa, que lhe falta esse apoio porque hoje nós temos ausência de uma política de valorização do servidor. Ausência de política de capacitação do servidor. A administração [de Duque] tem acertado em vários aspectos, mas quando se diz servidor, o que houve de avanço concreto? Esse reajuste [da previdência] é um avanço? Você sabe que servidor desestimulado é ruim. O governo carece… E eu disse a ele quando ele foi reeleito, neste segundo mandato: invista no servidor… Então falta isso e acho que ainda há tempo para se recuperar esse tempo em que não se investiu no servidor”.

MALEFÍCIOS À PREVIDÊNCIA MUNICIPAL

Provocado a listar os malefícios das novas regras na previdência municipal, Sinézio sapecou:  “Além da questão da alíquota [do aumento para 14%], vejo a questão de um achatamento do salário [do servidor], ora… Se eu ganho ‘x’, e eu vou ter um aumento da alíquota o meu salário vai reduzir. Então estou tendo achatamento do salário, não estou tendo valorização no salário. Pelo contrário. Além da alíquota é a taxação para o inativos, que já contribuíram a vida toda e precisam de tranquilidade. O aposentado que não contribuía para a previdência, vamos lá, agora imagine aí um trabalhador que ganha R$ 3 mil, está aposentado, e vai ter aí 14% a menos no salário dele. O [aposentado] que passar de um salário mínimo vai ser taxado”.

“Tem a questão do tempo de serviço que vai mudar”, seguiu Sinézio pontuando: “A questão da idade, que vai ficar nos moldes da reforma da previdência geral e a questão de pensão por morte. [Exemplificando] Ou seja, hoje eu sou da ativa, ganho R$ 3,5 mil e se eu vir a morrer, meus filhos vão vir a receber R$ 50% do meu salário e mais 10% de cada filho, como eu tenho 2 filhos recebia 70% do que era o meu salário hoje. Isso é um desastre! Como é que se vai manter a família a pós a sua morte? Vai haver um achatamento também da renda família dessa família. E a outra questão [maléfica] é esse pressa [para se votar o projeto]”.

VOTAÇÃO NO RECESSO

“Um projeto [enviado pela Prefeitura estipulando as reformas] que foi encaminhado em véspera de final de ano, quando a maioria dos servidores do município e os trabalhadores em educação estão de férias… Tudo indica que isso será votado na segunda quinzena de janeiro que é um período ainda de recesso legislativo. E eu acho que um projeto dessa magnitude deve ser amplamente debatido, por que os 14% é lei, tem que se cumprir, mas que seja feita uma reforma menos nociva aos servidores, com audiência pública, chamando os servidores. Muitos que usaram discurso para combater a reforma da previdência do governo Bolsonaro, hoje estão apoiando essa reforma [em âmbito municipal]. Eu acho isso contraditório. Respeito. Mas não podem achar que Sinézio está sendo contraditório. Nós temos até julho para aprovar isso, então porque essa pressa? Por que não o diálogo?”.

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