Publicado às 13h50 deste sábado (9)

Analisando o polêmico anúncio de saída do PT, por parte do prefeito Luciano Duque [relembre], o vereador petista Sinézio Rodrigues disse que o partido não deveria mais apoiar o gestor caso ele ingresse em siglas como o DEM [antigo PFL], o PSL ou outra legenda alinhada à Direita.

Falando ao programa Farol de Notícias, na rádio Vilabela FM, neste sábado (9), Sinézio deixou claro que, caso isso aconteça, irá ser um dos primeiros a levar à discussão dentro do partido para a retirada do PT da base do governo, o que deve requerer a entrega de cargos na administração municipal, ‘por mais que eu aprove a gestão Luciano Duque’

“O DEM pra mim representa um passado que nós não queremos voltar. E aí a gente não vai estar com esse partido. Eu, particularmente, não. Eu espero que ele não tome essa decisão [de ir para o DEM]. Não posso falar por todos os petistas. Mas a minha opinião é que se Luciano for para o DEM, não há possibilidade de continuarmos apoiando ele. E eu serei um dos primeiros a puxar esse debate. Agora, se ele for para um campo de alianças que consegue dialogar com o PT, com certeza terá o nosso apoio. Mas quando ele sai do PT para o DEM ele sai de uma linha política e vai para uma coisa que ninguém mais acredita, para um outro projeto político que não é o nosso e nem o projeto que ele próprio defende atualmente. Mas ele precisa ter mais tempo para decidir sua filiação e prezar pelo campo progressista popular”, aconselhou Sinézio, reforçando:

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“Eu acho que houve precipitação [em Duque sair do PT] e acho que a forma de continuarmos apoiando Luciano é ele no mínimo se mantendo no campo popular dos partidos que a gente tem possibilidade de aliança. Caso contrário, ele mesmo dando esse chute na bunda da gente, né? Não tem condições [do PT marchar junto]. Por mais que eu aprove a gestão de Luciano Duque eu não posso jamais ir para um lado que eu sempre combati.”

“ISSO FOI RUIM PRA ELE”

“Eu fui pego de surpresa tão quanto o partido, né? Os dirigentes, os militantes, os vereadores do partido… Eu tive conhecimento disso pela imprensa [do anúncio de desfiliação]. E no momento, eu só fiz entrar em contato com o prefeito e ele confirmou e me disse que quando estiver chegando na cidade teria uma conversa para explicar essa coisa todinha. Eu acho até que seria muito positivo se ele estivesse nos abordado primeiro e tivesse reunido, mas tem momentos em que a ordem dos fatores não altera o resultado. Eu espero que quando ele chegar a primeira coisa que faça é convocar uma reunião com o Partido dos Trabalhadores e explicar os motivos”, disse Sinézio, ponderando:

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“Eu não vejo por quais motivos ele queira sair do PT, eu acho que é ruim para ele. O eleitorado serra-talhadense, sertanejo, nordestino, pernambuco é um eleitorado do PT. E as últimas eleições confirmaram isso, principalmente no segundo turno [com a votação de Fernando Haddad]. O sertão é um berço muito forte de Lula e do petismo. O fato das divergências internas do PT não são, ao meu ver, critérios para saída do prefeito até porque se fosse assim eu já tinha saído do partido desde que me filiei”.

SINÉZIO: LUCIANO TINHA TUDO PRA CRESCER 

Sinézio revelou na entrevista que espera que Luciano Duque mude de ideia, cogitando que se Duque continuasse no partido teria tudo para se projetar em nível estadual concorrendo a cargos importantes pela legenda, como deputado estadual ou federal e combatendo alas mais tradicionais do partido.

“Esse era o momento político melhor para ele, porque nós vamos participar agora de novas eleições dentro do PT. E ele teria um papel muito importante e podendo ser até presidente em Pernambuco, porque ele conseguiu aglomerar em torno dele tudo o que a maioria dos filiados queriam. Luciano hoje teria condições de ser candidato estadual ou federal e ter vários diretórios municipais o apoiando. Ele tem a Marília [Arraes como sua aliada]. E que tem mandato, então a gente poderia renovar facilmente a direção partidária e dá novos rumos ao PT. Porque a gente só consegue isso, se mudarmos essa direção e aproveitar a insatisfação dos filiados. Então, eu vejo que foi uma surpresa para os militantes a nível de estado, muita gente depositou muita confiança em Luciano, viu que ele poderia ser um guia dentro do PT para um combate dentro do partido a essa linha mais à direita, e no entanto a gente viu isso desmoronar. Então isso é ruim politicamente para ele e em outro partido acho que ele não vai ter a liderança que ele teria dentro do PT porque isso ele construiu naturalmente. Por isso acho que foi uma precipitação”.