Vereadores dizem que foram xingados; MDP negaPublicado às 18h08 desta terça-feira (28)

Em entrevista à imprensa, na manhã desta terça-feira (28), os vereadores Zé Raimundo e Sinézio Rodrigues condenaram o que classificaram como “falta de respeito”, chuva de “xingamentos”, “intimidação” e “coação” por parte de membros do movimento Direita Serra Talhada após suspensão da sessão ordinária ocorrida na noite desta segunda-feira (27), na Casa Joaquim de Souza Melo.

Na ocasião, seria votada uma Moção de Repúdio contrária aos cortes na educação anunciados pelo governo Bolsonaro. Ao programa Frequência Democrática, Zé Raimundo revelou que recebeu duros ataques no âmbito pessoal e xingamentos seguidos de palavrões. “A democracia existe, mas com a falta de respeito não. Ninguém foi ali para discutir o teor da moção. Foram para coagir e intimidar”, disse.

O parlamentar alegou ainda que foi chamado até de “cabra safado”. “A moção de repúdio [de Sinézio] foi mal interpretada como para a figura do presidente”, explicou Zé. Em outro programa, no mesmo horário, o vereador Sinézio Rodrigues reforçou o discurso do colega, dizendo que os parlamentares foram alvo de agressões verbais.

O petista afirmou ainda que o que houve pode ser definido como bagunça e que a Câmara Municipal estará preparada para tomar “as medidas cabíveis” na retomada da sessão, prevista para a próxima segunda (3). “A partir de agora, a Mesa Diretora vai tomar as providências cabíveis para quem quiser fazer bagunça, atacar, denegrir. Eu respeito as manifestações corretas e ordeiras. Porque eu sei respeitar as pessoas, meu tratamento é de educação”, disse Sinézio.

“Lá foi feita baderna por dois ou três, eu também não quero generalizar. Mas se for para fazer bagunça, iremos tomar as providências cabíveis e preventivas que serão agora de caráter permanente”, reforçou Zé Raimundo.

Vereadores dizem que foram xingados; MDP negaO OUTRO LADO: MILITANTES CONTESTAM VERSÃO

Contestando a versão apresentada pela Câmara de Vereadores, a presidente do PSL local, Eliane Oliveira, disse em entrevista de rádio que a falta de respeito e autoritarismo partiu do presidente da Casa, Manoel Enfermeiro (PT), ao pôr fim à sessão de forma intempestiva. Ela argumentou que aplausos e outros tipos de manifestações na Casa já foram registradas em outros momentos, sem que houvesse suspensão da sessão.

Negando ser “bolsonarista”, e reforçando o argumento da presidente do PSL, o militante Cornélio Pedro da Costa, disse – em entrevista ao FAROL – que faltou bom senso a Enfermeiro na condução da sessão.

“Não sou bolsonarista, não acredito no que ele prega e nem no que está fazendo com o país. Possa ser que eu mude de ideia. Mas eu conheço o trabalho e vida, além de conviver e participar das lutas de muitas pessoas que lá estavam [na Câmara] e sei que não são desordeiros e nem bagunceiros”, alegou Cornélio, em defesa dos integrantes do movimento.

“Já participei de outras sessões e nunca tinha presenciado tamanho abuso de poder e prepotência de alguém que foi eleito pelo voto popular apenas por causa da discordância ideológica que se manifestava contrária ao seu partido em parte da plateia presente na casa. Faltou ao presidente tirocínio e autocontrole. Fora a tranquilidade e maturidade necessária aos grandes lideres em momentos de crise onde o diálogo e o bom senso é fundamental para o entendimento entre as partes”, concluiu Pedro da Costa.


Nota da Redação: Até o fechamento desta edição (18h08) o Farol não recebeu nenhuma nota emitida pelo PSL-ST.