Foto: Farol de Notícias/Celso Garcia

Publicado às 06h18 desta sexta-feira (30)

Em entrevista ao programa Falando Francamente a médica veterinária Suellen Mangueira, tirou duvidas  dos telespectadores sobre cuidados com a saúde de animais de estimação. A profissional chamou atenção para o surto  de Leishmaniose em Serra talhada e também para os casos recentes de febre maculosa que vitimaram brasileiros durante este ano.

A profissional chamou atenção para a grande quantidade de animais soltos pelas ruas e de como isso influencia no aumento do contagio da Leishmaniose, pois apesar do município possuir um centro de zoonoses, ele não tem condições de dar o suporte necessário para o atendimento de todos os animais. Suellen aconselhou aos tutores que evitem deixar seus pets saírem de casa pois eles ficam mais vulneráveis ao contato com outros animais infectados.

“Se você tem seu cachorro e fica colocando ele para dar uma volta: não faça isso! Uma fêmea com Leishmaniose que cruzar, se tiver 10 filhotes, serão 10  filhotes com Leishmaniose  na rua. A doença tem contagio transplacentário, transmamário  e pelo coito.  O cachorro macho que cruzar com a fêmea passa para a fêmea. Teria que ter um controle maior dos órgãos públicos”  explicou.

A veterinária esclareceu que o problema do contágio de Leishmaniose não está nos cachorros e sim no mosquito palha, o verdadeiro transmissor.

“O cachorro não é o transmissor, mas sim o mosquito palha que morde o animal. O cachorro não vai te passar a doença. O problema é o mosquito. Ele também pode morder um cachorro infectado e passar para o cachorro sadio. A leishmaniose não tem cura. Tem tratamento. Se o animal é positivo para leishmaniose, castra, coloca a coleira para fazer a proteção, deixe sempre o ambiente dele limpo, passe spray de citronela de manhã e a noite para manter a limpeza do ambiente”.

Suellen reforçou que o Centro de Zoonoses de Serra Talhada realiza o teste rápido para leishmoniose e elencou os principais sintomas da doença:

  • unha muito grande
  • magreza excessiva
  • feridas na orelha e cotovelos
  • cachorro come muito mas não engorda

FEBRE MACULOSA

Durante a entrevista, a veterinária aproveitou para discorrer sobre os recentes casos de febre maculosa no Brasil e os cuidados que devem ser tomados, pois a doença pode ser fatal para os seres humanos.

“A febre  maculosa é causada pela bactéria rickettsia, transmitida pelo tipo de carrapato mais comum que  é o estrela; que tem no cavalo, na capivara, em animais silvestres. Porém, qualquer carrapato pode transmitir se estiver contaminado. Não é tão comum mas pode ocorrer. A gente tem que tomar cuidado, pois é uma bactéria que em 2 ou 14 dias  ela vai soltar os sintomas e senão for resolvido rápido, ela pode trazer o óbito da pessoa”, esclareceu.

Suellen explicou que a febre maculosa pode se assemelhar a “febre do carrapato” que acomete cachorros.

“Não é uma doença tão comum no ser humano mas ela ocorre. a época de junho a novembro é a época onde os carrapatos estão crescendo. É uma doença que não e de fácil diagnóstico. Tem alguns exames e testes, mas não são tão certos. Teve a suspeita, os médicos já entram com a medicação porque tem  que ser um tratamento rápido”, complementou.

A veterinária  aconselha ainda que os tutores  utilizem os shampoos e produtos que sirvam para a limpeza dos bichinhos, além dos remédios contra os parasitas. A desparasitação deve ocorrer tanto no animal quanto no ambientem que ele vive com seu tutor. Esse processo se dá através da limpeza do local com medicamentos apropriados para a eliminação do carrapato.

As principais dicas dadas pela profissional para evitar o contagio da febre maculosa são os seguintes:

Sempre que for fazer trilha ou ir para lugares como sitios, fazendas usar

  • camisas de manga longa
  • calça
  • bota

Quando notar que há um carrapato na pele

  • não estourar
  • retirar com pinça

CONFIRA A FALA DE SUELLEN MANGUEIRA