Da CNN Brasil

O vice-governador do Amazonas, Carlos Almeida (PTB), está entre os alvos de busca da segunda fase da Operação Sangria, que investiga a existência de uma suposta organização criminosa dentro do governo estadual que atuaria para desviar recursos destinados à pandemia do novo coronavírus.

O Ministério Público Federal (MPF), a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) cumprem nesta quinta-feira (8), mandados de prisão temporária contra cinco pessoas, além de buscas e apreensões contra seis investigados, incluindo o vice-governador.

As medidas cautelares, que incluem o sequestro de bens e valores dos investigados, foram determinadas pelo ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e requeridas pela subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo.

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Os investigados são suspeitos de práticas como peculato, lavagem de dinheiro e de promover a dispensa de licitação fora das hipóteses previstas em lei.

Os nomes dos investigados que não têm foro, assim como os autos da da operação, foram mantidos sob sigilo, a pedido do STJ.

Ainda de acordo com o MPF, provas colhidas na primeira fase da Operação Sangria mostrariam que Lima “exercia domínio completo dos atos relativos à aquisição de respiradores para enfrentamento da pandemia e das demais ações relacionadas em que teriam sido cometidos os atos ilícitos”.

Já o vice-governador teria grande influência na gestão da secretaria de Saúde, pasta em que atuou durante os três primeiros meses de governo.

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“As provas apontam que a cúpula da Secretaria de Saúde se reportava frequentemente ao vice-governador para tratar de contratos da área de saúde, inclusive sobre pagamentos”, afirma o MPF.

Desvio de quase R$ 500 mil

O esquema de compra fraudulenta de 28 respiradores no Amazonas teria movimentado R$ 2,9 milhões. Um laudo da PF atesta sobrepreço de R$ 133,67% na aquisição feita pela secretaria de Saúde com dispensa de licitação.

Os respiradores foram fornecidos pela Vineria Adega, empresa especializada no ramo de bebidas alcoólicas. Em uma manobra conhecida como triangulação, outra empresa vendeu os respiradores à adega por R$ 2,4 milhões e a empresa repassou os equipamentos ao governo por R$ 2,9 milhões.

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A suspeita de superfaturamento de R$ 496 mil foi registrada pela CGU, assim como o direcionamento da venda.