Publicado às 18h30 desta quinta (4)

Serra Talhada não tem o que comemorar com relação à proteção de crianças e adolescentes em 2017.

O Farol teve acesso ao balanço do Conselho Tutelar referente aos casos de direitos violados nos últimos 12 meses no município e constatou o avanço de mais de 110% nos registros de abuso e exploração sexual de menores.

Em 2017, o Conselho registrou 36 casos de abuso e exploração sexual de meninos e meninas. Já em 2016 foram 17 registros, o que significa 19 denúncias a mais no período de um ano.

O dado assustador atesta o grau de vulnerabilidade que crianças e adolescentes estão expostos na Capital do Xaxado.

BALANÇO DE VIOLAÇÕES

No saldo geral de violações contra crianças e adolescentes houve também o aumento em 16,6% nas ocorrências acolhidas pelo Conselho de Serra Talhada em comparação com 2016.

No ano que passou, o Conselho atendeu 414 denúncias, ou seja, 59 registros a mais que em 2016, quando foram contabilizados 355 casos de violação. O dado indica que houve mais trabalho para os conselheiros de Serra Talhada em 2017.

Além da alta na violência sexual contra menores, cresceu também na cidade – em comparação com 2016 – os casos de negligência (19%) e registros de maus tratos e espancamentos (16,9%) a crianças e adolescentes.

Ainda no comparativo anual, 2017 contabilizou o mesmo número de casos de acesso negado a saúde que em 2016 (1 caso); uma diminuição nos registros de acesso negado a educação (18%); bem como uma queda nas denúncias de trabalho infantil (18%).

Na luta pela punição dos agressores, o Conselho Tutelar emitiu 230 notificações, além de 436 ofícios em 2017.

CONSELHO ANALISA NÚMEROS

Farol entrou em contato com o coordenador do Conselho Tutelar de Serra Talhada em 2017, Edvan Lima, para analisar os números. Ele concordou que o avanço de violações a menores em 2017 é um dado preocupante.

“São números preocupantes principalmente quanto ao avanço de casos de abuso sexual. Nos surpreendeu em 2017 porque atingiu a faixa etária de crianças abaixo dos 8 anos e a intensidade dos casos. Chama atenção o fato destes crimes acontecerem com abusadores que têm aproximação com a criança, onde se aproveitam de sua confiança para praticar o ato”, analisou Edvan Lima.

Sobre o que é possível melhorar para 2018, o conselheiro disse que a rede de proteção precisa atuar com mais celeridade. “Sabemos das dificuldades que existem, mas é necessário que todos se engajem nessa luta para minimizar essas violações”.