Publicado às 06h47 deste domingo (6)

Por Rochany Rocha – Jornalista DRT/PI-1543 – www.rochanyrocha.com.br

O slow fashion é um movimento que surgiu em 2007, na Inglaterra, pela pesquisadora de moda Kate Fletcher com objetivo de respeitar os processos de produção das roupas e o tempo de cada um deles, além de valorizar as pessoas envolvidas nesses processos e incentivar a produção local.

Toda essa história começou por conta do ranking de produção que mais polui e a moda tem lugar cativo nessa lista, chegando a ser o segundo lugar das indústrias mais poluidoras do mundo.

Diante disso, respeitar os processos de produção das roupas inclui a preocupação com durabilidade, o que tem feito as marcas investirem em matéria-prima de qualidade para que suas roupas durem o maior tempo possível em boas condições de uso, contribuindo para que a moda seja mais sustentável, tanto social quanto ambientalmente.

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Os impactos ambientais variam de acordo com o tipo de matéria-prima, que são em geral: fibras naturais ou fibras sintéticas. Na produção de fibras naturais, como o algodão, por exemplo, os principais impactos ambientais são a poluição do ar e da água.

Os combustíveis das máquinas agrícolas utilizadas nas plantações liberam no ar gases poluentes. Ainda no plantio, o uso de defensores químicos causa a contaminação de lençóis freáticos, que também ocorre nos processos de branqueamento ou tingimento do tecido já pronto.

Uma opção mais sustentável é o algodão orgânico, que não envolve o uso de pesticidas ou fertilizantes no plantio. Por conta do custo mais elevado, porém, o algodão orgânico ainda é pouco usado, em comparação com o algodão convencional.

De origem orgânica ou convencional, as fibras naturais apresentam uma grande vantagem em relação às fibras sintéticas: durabilidade. As fibras sintéticas, como o poliéster, muito utilizado na fabricação de roupas, são produzidas a partir do petróleo, uma matéria-prima não-renovável.

Vale lembrar que a indústria do petróleo ocupa o topo do ranking das indústrias mais poluidoras do mundo. Além de menor durabilidade e dos grandes impactos ambientais de sua produção, os tecidos sintéticos ainda apresentam outro grande problema: os microplásticos.

A cada lavagem, os tecidos sintéticos liberam partículas de plástico de tamanho microscópico responsáveis pela poluição dos rios e mares e pela contaminação da vida aquática. Um estudo da Universidade da Califórnia afirma que pelo menos 40% permanecem na água mesmo após tratamento nas estações de esgoto.

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Tudo isso deixa muito claro que a grande questão não é “poluir ou não poluir” e sim “como poluir menos?”. O slow fashion tem apontado um caminho mais sustentável para a moda, mas nessa jornada o consumidor tem papel fundamental. Consumir moda com consciência envolve consumir menos e, tão importante quanto, consumir melhor.

É perguntar-se de onde vieram suas roupas, pensar no impacto de sua produção e investir em peças que durarão muito mais do que dura uma tendência. Aí entram as profissionais de moda, com a coloração visual, te ajudando a descobrir melhor o que te veste bem, e as consultoras de estilo, te auxiliando para compras mais conscientes.