Foto: Reprodução/Agência Congresso

Por Folha de Pernambuco

O segredo escondido para uma vida mais longa pode ter permanecido escondido no sangue humano por todo este tempo. De acordo com um estudo feito por pesquisadores do Instituto de Medicina Ambiental, Karolinska Institutet, na Suécia e do Centro Nacional Cerebral e Cardiovascular, no Japão, os centenários têm níveis mais baixos de açúcar no sangue do que os seus pares de vida mais curta. Além disso, suas funções renais e hepáticas são mais saudáveis.

Por outro lado, os que vivem para além dos 100 anos apresentaram níveis mais elevados de colesterol total e ferro. A explicação dada pela equipe evidencia que isto pode se dar por conta de fatores de estilo de vida, como a alimentação e a ingestão de álcool.

Biomarcadores analisados

Para chegar aos resultados, os cientistas utilizaram amostras sanguíneas de 44 mil pessoas com mais de 60 anos, com centenas delas já em idade centenária. No total, 12 biomarcadores associados à mortalidade de idosos foram analisados em um acompanhamento de 35 anos. Sendo eles:

Colesterol total e açúcar no sangue;

Marcadores do metabolismo;

Ácido úrico, um marcador de inflamação;

Creatinina, uma medida da função renal;

Ferro, ligado à anemia;

Albumina, uma proteína que sinaliza doenças hepáticas ou renais.

Segundo o estudo, apenas 2% das pessoas cujo colesterol total era de 5,2mmol/L (93,6 mg/dl) ou menos viveram até aos 100 anos, comparado aos 3% daqueles que apresentavam 7,2mmol/L (129.6 mg/dl) ou um valor superior. Além disso, não foram observadas diferenças nos quesitos de inflamação, função hepática e anemia, como ácido úrico, ASAT e ferro em centenários.

Uma pesquisa anterior colocava a albumina, uma proteína produzida no fígado que é encontrada no plasma sanguíneo, como um fator para mais chances de sobrevivência em idades avançadas, mas nesta publicação, os resultados demonstraram que esta ligação pode não existir.

“Embora o acaso provavelmente desempenhe um papel para atingir a idade de 100 anos, as diferenças nos valores dos biomarcadores mais de uma década antes da morte sugerem que fatores genéticos e/ou de estilo de vida, refletidos nesses níveis de biomarcadores, também podem desempenhar um papel para uma longevidade excepcional”, escrevem os autores no artigo.