Do Diario de PE

Um documentário emotivo exibido nesta quinta-feira (17) fora de competição no Festival de Cannes, sobre a vida da cantora pop Whitney Houston, revela, com depoimentos, que ela teria sido agredida sexualmente durante a infância por sua prima, a cantora de soul Dee Dee Warwick.

“O núcleo do filme (…) é uma história de família. É uma história sobre como sua educação e sua família afetam tudo que você é”, declarou à AFP o diretor britânico Kevin Macdonald, que narra em Whitney o destino amargo da artista americana, que tinha uma das vozes mais marcantes de sua geração.

Houston, com uma trajetória brilhante afetada por problemas com as drogas, foi encontrada morta em fevereiro de 2012, aos 48 anos, na banheira de um quarto de hotel de Los Angeles.

Autorizado pela família, o documentário mostra várias imagens de arquivo, em sua maioria inéditas, sobretudo gravações e fotos de família, e depoimentos de pessoas próximas, incluindo os irmãos, a mãe, o ex-marido Bobby Brown e alguns colaboradores.

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Na busca por explicações para os problemas da cantora, o documentário inclui três depoimentos de pessoas próximas que afirmam que Whitney Houston teria sido agredida sexualmente por sua prima, a cantora Dee Dee Warwick, falecida em 2008, irmã da cantora Dionne Warwick e sobrinha da mãe de Whitney, Cissy Houston, também cantora.

Este segredo de família é abordado por seu meio-irmão Gary Garland-Houston – que também afirma ter sido agredido sexualmente -, por sua cunhada Pat Houston e por sua assistente pessoal Mary Jones.

“Durante muito tempo, assistindo pela TV, algo me dizia ‘há alguma coisa nesta mulher que parece refletir um mal-estar. De certa maneira, parece não gostar de seu corpo'”, disse Kevin Macdonald, vencedor do Oscar de melhor documentário em 2000 por “Um Dia em Setembro”, sobre o sequestro de atletas israelenses nos Jogos Olímpicos de Munique-1972.

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“Sempre me perguntei ‘Quem é? De onde vem?’. Comecei a questionar se alguém teria abusado dela, ou algo parecido. Depois alguém me disse que falou sobre isto com Whitney e que ela disse que era o que havia acontecido e era a origem de sua tristeza. No final, o irmão falou sobre isto, depois a cunhada e depois a assistente”, disse.

Para Macdonald, “o núcleo do filme (…) é uma história de família, é uma história sobre como sua educação e sua família influenciam em quem você é”.

O filme também aborda outras feridas da intérprete de “I will always love you”, sucesso planetário do filme “O Guarda-Costas”: o divórcio de seus pais, a deterioração de seu relacionamento com seu pai e sua história de amor secreta com sua amiga Robin Crawford, que se recusou a participar do documentário.

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Também destaca a difícil relação com seu ex-marido, Bobby Brown, com quem mergulhou no mundo das drogas nos anos 2000. Brown não quis falar sobre isso.

“Ele ainda não atingiu um estágio de maturidade em sua vida que lhe permita analisar o que aconteceu”, ponderou Macdonald.

Ao mesmo tempo, o filme “demonstra que (Brown) não é responsável pelo que aconteceu com Whitney”, já que “ela já estava muito mais viciada do que ele”.

O documentário conta como a cantora, que ganhou 26 American Music Awards e seis Grammys, foi um símbolo para a comunidade negra, especialmente com sua interpretação do hino americano antes do Super Bowl de 1991.