Publicado às 07h10 deste sábado (27)

Por Paulo César Gomes, Professor, escritor e colunista do Farol

A candidatura do PSB (Partido Socialista Brasileiro) dá sinais de que não vai emplacar e dificilmente vai ao segundo turno. Uma improvável vitória de Danilo Cabral nesta eleição será algo inédito na história de Pernambuco, um estado historicamente carrega o peso de possuir um eleitorado extremamente crítico e decidido.

O fato é que passado mais de um mês da vinda de Lula a Pernambuco e restando pouco mais de 37 dias para as eleições, a maioria das pesquisas divulgadas apresentam dados que mostram que o candidato Danilo Cabral tem muita dificuldade para superar a casa dos 10% das pesquisas.

Nesse cenário, o socialista terá que remar contra a maré e até o dia 02 de outubro tirar pelo menos 6% de Marília Arraes e mais 6% dos demais concorrentes (Raquel, Anderson e Miguel), dessa forma ele poderá chegar ao segundo turno, isso se a candidatura de Marília parar de crescer e ela não acabar liquidando a fatura já no primeiro turno.

O grande desafio de Danilo é conquistar o voto dos recifenses e das demais cidades da região metropolitana, e posteriormente ir se espalhando pelo interior. O problema é que o PSB e o PT não possuem nesse momento lideranças em condições de entrar em campo e reverter os votos pró Marília e o anti PSB na capital. Quem poderia ocupar esse papel de liderar essa mudança de curso seria o jovem prefeito do Recife, João Campos, mas o mesmo parece ainda carecer de “rodagem política” para cumprir essa missão.

O peso da eventual derrota de Danilo também recairá sobre as costas do PSB em Pernambuco, leia-se Paulo Câmara e Geraldo Júlio, e do PT de Humberto Costa & Cia. Ambos estão dando um show de como construir uma candidatura isolada e sem sintonia popular. Nessa história, vários deputados federais e estaduais da Frente Popular não vão conseguir se reeleger, além disso, a candidatura ao senado de Teresa Leitão também começa a sentir os impactos dos resultados de Danilo e também poderá ser derrotada. No caso de Teresa existe um adendo de esperança, a sua eleição dependerá do bom humor do eleitor de Marília Arraes.