Fotos: Max Rodrigues/Farol de Noticias

Publicado às 04h14 desta quinta-feira (17)

O quadro Cenas do Dia desta quinta-feira (17) registra o cotidiano de um dos becos mais famosos de Serra Talhada, a popularmente conhecida Travessa Cazé Romão, no Centro da cidade. O nome faz homenagem a um dos moradores mais antigos que já viveu por ali.

Dentre os destaques do ambiente, que mescla modernidade e tradição em pouquíssimos metros quadrados, registramos o cotidiano de dois emblemáticos personagens. O primeiro deles, Luiz do Carmo Lima, 87 anos, considerado o barbeiro mais velho de Serra com mais de 70 anos de profissão.

‘Seu Luiz’ nos revelou, embrulhando em sua voz amena, que a cadeira de sua barbearia tem pouco mais 80 anos, da marca Ferrante, objeto de maior orgulho. Sentar nela, senhoras e senhores, é despojar-se sobre um artefato histórico da cidade.

Fora que o bate papo com ‘Seu Luiz’ é deveras agradável… Gente finíssima! Ao longo destes anos todos ele tem cortado o cabelo e as barbas de pessoas que hoje são avós, foram pais, filhos e netos… Ou seja,   acompanhando gerações e gerações de clientes fiéis pelo traço primoroso de sua tesoura. 

Ao lado da barbearia de ‘Seu Luiz’, está uma das mais antigas oficinas de consertos de sapatos de Serra Talhada, comandada por Geraldo Sapateiro, filho do saudoso Biu Sapateiro que foi um dos artesãos precursores da confecção de alpercatas de rabicho na cidade.

Geraldo, por sua vez, nos revela que está há 59 anos neste ofício, que começou com 10 anos de idade. Ele recorda, também com o peito estufado de orgulho, que junto do pai e um irmão fabricou sapato para tanta gente em Serra Talhada que a fama da família se espalhou para muito, mas muito além das fronteiras do município.

“Vinham gente de fora para comprar nossos calçados de couro que eram bem feitos”, recordou ‘Seu Geraldo’, saudoso daquela época. Hoje, ele conta que, por falta de material, trabalha apenas com conserto de calçados, mas sempre atencioso e simpático com os clientes como nas décadas passadas.

Um dos destaques do valor histórico do seu trabalho está ao seu lado dia a dia: um carrinho de mão. Segundo Geraldo Sapateiro, esse é o material mais antigo que preserva na oficina. Um carro de mão que tem a mesma idade do seu trabalho e que usava para carregar os sapatos fabricados com o pai para vender na feira.