Publicado às 05h43 deste domingo (30)

Por Adelmo José dos Santos, Poeta e escritor, ex-presidente da Academia Serra-talhadense de Letras (ASL)

Neste sábado (29) o Globo Esporte PE,  gravou em Serra Talhada, na Praça Barão do Pajeú, em frente a Igreja Matriz da Penha. Esta foi a primeira formação do Comercial Esporte Clube de Serra Talhada, logo após a inauguração do Estádio Pereirão.

Foi esse time que deu o ponta pé inicial rumo a primeira divisão do campeonato pernambucano, em 1973. Em pé: Vicente, Roseno,Azeitona, Colorado, Grego, Capiti e o técnico Sóstenes. Agachados: Puritó, Roberto, Delmiro, Fernando da Favela e Messias. Os mascotes são filhos de Jarinho Carvalho. Nesse time só tinha três jogadores de Serra Talhada: Capiti, Delmiro e Fernando da Favela. Os outros eram de outras cidades.

Nessa época o futebol de Serra Talhada era melhor que o futebol de Salgueiro, era a maior rivalidade do sertão. Num jogo em Salgueiro pela Copa Eraldo Gueiros em 1973, a torcida do Comercial invadiu a cidade de Salgueiro, eu também estava lá, houve muita confusão, teve briga no estádio e envolta do Salgueirão.

De todos esses jogadores; Colorado é o único que até hoje vive em Serra Talhada. Dos três jogadores que são de Serra Talhada, Capiti foi embora para São Paulo, Delmiro e Fernando da Favela são falecidos. Fernando da Favela é meu irmão, jogava de meia-esquerda, era o camisa 10, e ficou por muito tempo sendo o único jogador de Serra Talhada no time principal do Comercial.

O presidente Egídio Carvalho trouxe o técnico Paulo Lima, vieram outros jogadores e assim seguiu o Comercial rumo à primeira divisão, escrevendo uma bela história. Por ironia do destino o futebol de Salgueiro chegou a ser campeão da primeira divisão, enquanto em Serra Talhada acabaram com o time Comercial.

Os secretário de esportes do poder municipal não tiveram a competência para dar manutenção, e o futebol que era a grande alegria, acabou sendo hoje em dia, a maior decepção.

Eu agradeço ao Globo Esporte que fez essa visita à Serra Talhada, não pelo futebol que não temos mais, não pelo Pereirão que completou 50 anos de portões fechados, mas pela a nossa história que ficou para trás. E pelo Comercial que se consagrou sendo o primeiro time do sertão a disputar o campeonato pernambucano da primeira divisão.