Fotos: Reprodução / Facebook

Publicado às 10h desta terça (1º)

“Mas é Carnaval!
Não me diga mais quem é você!
Amanhã tudo volta ao normal.
Deixa a festa acabar,
Deixa o barco correr”.

Os versos de Chico Buarque nos ambientam de Serra Talhada dos anos de 2010 repleta de mesas, famílias e folia. O Bloco Tô Na Concha saindo pela Concha Acústica com o estandarte brilhantemente confeccionado pelo artista Paulo Rodrigues, o saudoso Parosi, ao som da orquestra de sopros dos maiores músicos da Filarmônica Vilabelense e o vozeirão de Betão. Regendo a festa, Netinha Panta, administrava e convidava o povo para a alegria.

Completando 12 anos de existência a agremiação, contando os dias para o fim da pandemia e sobrevivendo ao segundo ano sem cor, confete e serpentina. Nos resta a saudade como uma quarta-feira de cinzas, reflexiva, cansada de não abraçar os amigos e festejar juntos o Carnaval.

Foto: Arquivo Farol de Notícias

O Farol também era cadeira cativa da patuscada. Alejandro García, Max Rodrigues, Giovanni Filho, Andrea Karla, Giovanni Sá, Fátima Sá, Manu Silva e até a pequena Pietra Luiza já caíram no passo do Tô Na Concha. Cobertura da farra frevando com a galera. Ouvir Netinha Panta relembrar a saudade do bloco e do esposo e fundador do bloco, é lembrar do serra-talhadense que coloriu a cidade com sua arte e com a brincadeira carnavalesca.

“Esses dois últimos anos têm sido bem marcantes para mim. Principalmente ano passado, fazia pouco tempo da morte de Parosi, e é tão estranho. Mas é isso, Carnaval é a festa de alegria. Para mim já são três anos sem o bloco, porque em 2020 Parosi já estava em Recife fazendo tratamento de saúde e a gente não fez. O pessoal da concha se reuniu e foi muito bom, para não deixar morrer. Nos deixa meio melancólicos, é até complicado falar disso. Mas é a vida. Essa pandemia veio para a gente fazer uma reflexão, que as coisas na vida da gente acontecem mesmo sem a gente querer”, declarou Netinha, em meio a nostalgia e a saudade.

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